Teresina atravessa mais uma vez um período de calor extremo, que costuma gerar desconforto para toda a população. No entanto, para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), esse cenário pode ser ainda mais desafiador. A sensibilidade sensorial, comum em muitos autistas, faz com que temperaturas elevadas sejam percebidas de forma mais intensa, trazendo irritabilidade, cansaço, crises de ansiedade e até dificuldades para dormir e se alimentar.

É fundamental que os pais e cuidadores estejam atentos a sinais de desconforto. Algumas medidas simples podem ajudar bastante: manter a hidratação frequente, oferecendo água de forma lúdica e acessível; optar por roupas leves e confortáveis; evitar atividades ao ar livre nos horários de maior calor; e, sempre que possível, buscar ambientes mais frescos e ventilados. O uso de estratégias visuais ou rotinas pré-estabelecidas também pode tranquilizar a criança, que se sente mais segura quando sabe o que vai acontecer, inclusive em situações de mudança de ambiente por conta do calor.

Outro ponto importante é respeitar os limites da criança. Algumas podem não tolerar ventiladores ou ar-condicionado por causa do barulho, enquanto outras encontram nesses recursos um grande alívio. Observar as reações e adaptar o ambiente de acordo com as necessidades individuais faz toda a diferença.

O calor é um desafio, mas com atenção, paciência e estratégias adequadas, é possível reduzir o impacto desse período nas crianças com autismo e garantir mais bem-estar para elas e para toda a família. Pequenos cuidados no dia a dia não só diminuem o desconforto físico, mas também contribuem para uma rotina mais tranquila, equilibrada e feliz, mesmo em tempos de altas temperaturas.

Dr. Ricello Lima – Neuropediatra