5 de outubro de 2025

O impacto do tempo de telas nas crianças: o que estamos deixando de viver?

Psicopedagoga Clínica
Publicado há 3 horas

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O uso de telas no desenvolvimento infantil (Foto: g1)

Vivemos em uma era em que a tecnologia ocupa cada vez mais espaço na rotina das crianças. Mas é preciso fazer uma pausa e refletir: quanto tempo nossos filhos estão diante de uma tela — e o que estão perdendo por causa disso?

O que a ciência alerta

A Organização Mundial da Saúde (OMS) é clara:

  • Crianças menores de 2 anos: nenhum contato com telas.
  • Entre 2 e 5 anos: no máximo 1 hora por dia, sempre acompanhada de um adulto.
  • Acima de 6 anos: equilíbrio. O uso não pode substituir o sono, as brincadeiras, a atividade física e as interações sociais.

O excesso de tempo de telas está associado a atrasos na linguagem, dificuldades de atenção, alterações no sono, ansiedade e obesidade infantil. Quando a tela ocupa tudo, a infância fica em segundo plano.

Escolas sem celular: um passo corajoso

Em Teresina, o projeto “Escola sem celular” mostrou que é possível mudar. Ao limitar o uso de celulares, as escolas recuperaram o que deveria ser essencial:

  • mais foco nas aulas,
  • mais interação entre colegas,
  • menos distrações e conflitos.
  • A mensagem é clara: a tecnologia pode esperar, mas a infância não.

Alternativas que fortalecem o desenvolvimento

Como psicopedagoga clínica e especialista em neurodesenvolvimento infantil, acredito que o segredo não está apenas em retirar a tela, mas em oferecer experiências ricas e reais:

  • Leitura diária: histórias antes de dormir estimulam o cérebro e o vínculo afetivo.
  • Atividades criativas: pintura, massinha, recortes e construções.
  • Movimento: esportes, dança, brincadeiras de rua.
  • Contato com a natureza: cuidar de plantas, explorar parques, observar animais.
  • Participação em família: cozinhar juntos, organizar brinquedos, inventar jogos.

Um chamado aos pais

A infância não pode ser vivida por meio de uma tela. Ela precisa ser tocada, sentida e experimentada. Cada minuto longe do celular é uma oportunidade de fortalecer vínculos, estimular habilidades e preparar as crianças para a vida real.

A tecnologia é ferramenta. A infância é essência. Não podemos inverter essa ordem.

Por Nathanya Moraes
Psicopedagoga Clínica | Especialista em Neurodesenvolvimento Infantil


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