O acidente que envolveu o influenciador digital Pedro Lopes, conhecido como “Lokinho”, e seu então companheiro, Stanlley Gabriel, completa um ano nesta segunda-feira (6). A colisão aconteceu na BR-316, no bairro Santo Antônio, zona Sul de Teresina. Passado esse tempo, o crime que resultou na morte de Marly Ribeiro da Silva e Kassandra de Sousa Oliveira ainda gera revolta e dor entre os familiares das vítimas, que continuam clamando por justiça.
Lokinho e Stanlley foram denunciados pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI) por duplo homicídio doloso, quando há intenção de matar, e devem ser julgados pelo Tribunal do Júri. Enquanto o processo segue na Justiça, as famílias afirmam que não receberam nenhum tipo de assistência dos acusados durante esses 12 meses.
A dona de casa Luzia Ribeiro, mãe de Marly, contou que, mesmo com o passar do tempo, a saudade da filha permanece. Em entrevista à TV Clube, ela lembrou o carinho especial que tinha pela caçula da família.

“Eu não durmo à noite preocupada, sentindo aquele vazio no meu coração porque ela é minha caçula. Ela é o amor da minha vida. Meus filhos todos são o amor da minha vida, mas como é caçula, a gente sente mais falta porque Deus tirou. Deus tirou, não; aquele homem matou minha filha”, desabafou.
Luzia também criticou a falta de apoio dos acusados. Ela torce para que Pedro Lopes e Stanlley ajudem nas despesas da neta, que ficou sem a mãe.
“Nunca entraram em um acordo com nós. Ele nunca conversou comigo, nunca conversou com a gente, nunca resolveu nada. Como ele tirou a vida da minha filha, ele tinha que ajudar a minha neta com os estudos dela. Graças a Deus, a gente está trabalhando para dar de comer a ela”, lamentou.
O agricultor Francisco Pereira, conhecido como ‘Pajé’, pai da Kassandra, relatou que só consegue dormir com remédios tranquilizantes. “Todo dia a gente se lembra dela, mas quando o chega o dia 6 de cada mês, é um dia de tristeza”, relatou.
Após a morte da filha, Pajé passou a cuidar das netas Maria Alice, de 3 anos, e Maria Suely, de 12. A mais velha ficou com sequelas do acidente e enfrenta dificuldades para andar e falar. Sem a mãe, ela tenta retomar a rotina com esforço.
Desde o acidente, Maria Suely não voltou à escola. A menina precisa de sessões de fisioterapia e do uso contínuo de medicamentos para se recuperar. “Ela penteava meu cabelo. Eu dormia abraçada com ela”, lembrou emocionada.
A família sobrevive com a aposentadoria de Pajé, pouco acima de um salário mínimo, e com doações. Segundo ele, os acusados só prestaram ajuda uma única vez desde a morte de Kassandra.
“Durante o ano, colocaram só R$ 3 mil na conta. Nunca mais ajudaram. Nunca vieram conversar, nem oferecer apoio. Eu quero que ele seja condenado”, declarou Pajé.
A TV Clube procurou as defesas de Lokinho e Stanlley, que informaram não ter disponibilidade na agenda para gravação. Eles afirmaram ainda que o julgamento do caso não tem data prevista para acontecer.
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