
A defesa de Francisco de Assis da Costa Pereira, acusado de envenenar sete pessoas da mesma família em Parnaíba, pediu a sua soltura após laudo pericial comprovar a presença da substância terbufós em seu organismo. As vítimas morreram.
A substância encontrada no organismo de Francisco foi a mesma usada no envenenamento. Segundo o advogado da defesa, Herbert Assunção, o exame atesta que Francisco também foi vítima. O réu está preso desde 8 de janeiro de 2025.
Os envenenamentos
Maria dos Aflitos, esposa de Francisco de Assista, também está presa suspeita de participação dos envenenamentos.
Entre as vítimas do casal estão dois netos de Maria dos Aflitos: João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, que morreram após ingerirem cajus contaminados, em agosto de 2024.
Na época, Lucélia Maria da Conceição, vizinha da família, foi presa suspeita de ter entregado as frutas às crianças. A casa dela foi incendiada pela população, revoltada com o caso.
Já em 1º de janeiro deste ano, oito membros da família foram hospitalizados após consumirem arroz envenenado que havia sobrado da ceia de Réveillon. Nos dias seguintes, cinco dessas pessoas morreram.
As vítimas eram dois filhos e três netos de Maria dos Aflitos, entre elas Francisca Maria Silva, de 32 anos, mãe das crianças que haviam comido os cajus cerca de seis meses antes.
Dias depois, uma vizinha identificada como Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, também morreu após tomar café na residência onde os crimes foram cometidos.
No mês de março, Maria dos Aflitos e Francisco de Assis tornaram-se réus por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio qualificado.
Arroz envenenado
O laudo da Polícia Científica do Piauí encontrou terbufós, uma substância altamente tóxica, usada em pesticidas e agrotóxicos, no arroz consumido pela família de Francisca Maria, mãe dos meninos envenenados com cajus em 2024, no primeiro almoço do ano, em Parnaíba.
“Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores, cólicas abdominais – inclusive afeta o coração também”, destaca o perito-geral do departamento de polícia científica-PI, Antônio Nunes Pereira.
Esse produto químico aparece na composição do chumbinho, usado normalmente contra ratos, e proibido no Brasil.
As vítimas:
– João Miguel Silva (sete anos de idade)
– Ulisses Gabriel Silva (oito anos)
– Manoel Leandro da Silva (18 anos de idade)
– Maria Lauane Fontinele Lopes Silva (três anos de idade)
– Francisca Maria Silva (32 anos de idade)
– Maria Gabriele Silva (quatro anos de idade)
– Lívia Maria Leandra Silva (17 anos)
– Maria Jocilene da Silva (41 anos) – Vizinha
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