A presença de cavalos-marinhos no estuário do Rio Cardoso, no litoral do Piauí, diminuiu mais de 80% nos últimos 20 anos. O local é considerado um dos maiores berçários desses animais, que estão ameçados de extinção. Nativos relatam que há 30 anos era possível ver muitos dos peixes na região, o que mudou com o passar do tempo.
De acordo com a bióloga e doutora em Ecologia Aquática e Pesca Laura Ternes, dois fatores contribuem para o risco de extinção dos cavalos-marinhos: a degradação e perda de habitat, bem como outra a exploração humana.

A pesca e captura desses peixes é considerada ilegal. Segundo a pesquisadora, entre as consequências está o desequilíbrio do ecossistema oceânico.
“É um comércio multimilionário, ilegal, que envolve mais de 92 países no mundo inteiro. Então, são toneladas de cavalos-marinhos sendo retiradas do ambiente natural sem que os estoques naturais consigam se recompor”, afirmou.
Uma portaria do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicada em 2014 proíbe a captura e a venda de cavalos-marinhos em todo o Brasil.
A multa por descumprimento pode chegar a R$ 2 mil por cada animal. A Polícia Federal investiga uma rede nacional de pessoas que podem estar ligadas ao esquema de tráfico de espécies ameaçadas de extinção.
No mês passado, a instituição prendeu dois homens com duas toneladas de barbatanas de tubarões e 1 mil cavalos-marinhos em Parnaíba, no litoral do Piauí.

“Estamos investigando a relação das pessas que foram presas e desse material que foi apreendido com outras situações de apreensões de barbatanas de tubarão em outras regiões do Brasil. É um esquema que movimenta muito dinheiro e que envolve muitas pessoas e provavelmente empresas de outros estados”, disse o delegado da Polícia Federal, Albert Moura.
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