
Em meio à correria da vida moderna, brincar com os filhos é mais do que um momento de lazer é um gesto de vínculo, cuidado e proteção emocional. A presença ativa dos pais no brincar fortalece o desenvolvimento cognitivo e emocional.
Em tempos de telas, rotinas aceleradas e compromissos inadiáveis, o simples ato de brincar, tão essencial à infância, tem sido cada vez mais solitário. As crianças brincam sozinhas, muitas vezes mediadas por dispositivos digitais (celulares, tablets, videogames) e substituem o olhar e o vínculo que antes nasciam das brincadeiras em família. E é nesse espaço de ausência familiar, invadido por conteúdos, estímulos e responsabilidades que não pertencem a essa fase.
O brincar, na perspectiva psicopedagógica, é a linguagem natural da criança. É por meio dele que ela organiza emoções, elabora pensamentos, compreende regras e ensaia o mundo. Quando os pais participam ativamente desse processo (seja construindo uma torre de blocos, fingindo ser monstros ou desenhando juntos) algo precioso acontece: a criança se sente vista, validada e segura! E segurança é o alicerce para o desenvolvimento cognitivo e emocional saudável.
Tanto crianças neurotípicas quanto neuroatípicas se beneficiam dessa presença. No caso das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH ou outros desafios de neurodesenvolvimento, o brincar compartilhado é uma ferramenta terapêutica poderosa: fortalece o vínculo afetivo, amplia repertórios sociais e linguísticos e melhora a autorregulação. Já nas crianças neurotípicas, é o que as ancora no ritmo da infância, protegendo-as do excesso de estímulos de adultização e da pressa de crescer.
Mais do que brincar, trata-se de estar junto. Estar inteiro. Participar com atenção e afeto.
Quando o adulto se dispõe a entrar nesse universo lúdico, ele se reconecta à essência da criança e ajuda a construir memórias afetivas que serão, mais tarde, pilares da autoestima e da saúde emocional.
A infância precisa ser preservada. E brincar junto é uma das formas mais simples e mais potentes de protegê-las.
Nathanya Moraes
Psicopedagoga Clínica/Especialista em Neurodesenvolvimento Infantil
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