A Polícia Civil de Teresina ouviu a terceira vítima de abusos sexuais cometidos por um ex-pastor de 71 anos, preso na quarta-feira (29) no bairro Vale Quem Tem, zona Leste de Teresina. O idoso é suspeito de ter abusado sexualmente de uma vizinha que tinha 10 anos na época, e de duas netas.

A denúncia inicial partiu da ex-vizinha do suspeito, que agora tem 17 anos. A vítima, ao passar por uma forte crise de ansiedade devido a problemas psicológicos, revelou os abusos sofridos na infância, praticados pelo ex-líder religioso.

“Ao ser ouvida, a vítima revelou que, além dela, outra criança que brincava com ela na época, que inclusive é neta do investigado, também era abusada”, relatou o delegado Hugo Alcântara, responsável pelo caso.

Segundo o delegado, a casa do suspeito ficava ao lado da igreja onde ele atuava como pastor. As duas primeiras vítimas (a vizinha e uma neta) costumavam brincar no quintal, e os abusos ocorriam dentro da igreja.

Após a prisão, uma das netas, que atualmente mora em outro estado, entrou em contato e informou que já havia registrado um Boletim de Ocorrência em sua cidade.

“Hoje conseguimos realizar a oitiva dessa segunda vítima por videoconferência. Ela descreveu com riqueza de detalhes como os abusos aconteciam, confirmando a versão da outra vítima”, detalhou Alcântara.

Ameaça contra vítimas

Ao revelar os abusos, essa neta afirmou que sua irmã mais velha também foi vítima do investigado. Esta terceira neta morava na casa do ex-pastor para cuidar da avó doente.

“Na época, não havia igreja ao lado, e os abusos ocorriam dentro da residência, geralmente quando a avó estava dormindo”, informou o delegado.

O delegado explicou que o suspeito se aproveitava da posição de respeito que ocupava como pastor para conquistar a confiança das crianças e cometer os abusos.

“Ele era bem-visto no bairro por ser pastor. Ameaçava as crianças dizendo que iria raspar seus cabelos. Como a avó era doente, dizia às netas que, se contassem algo, ela morreria e a culpa seria delas”, relatou.

O suspeito nega os crimes. No entanto, a polícia acredita que novas vítimas possam surgir.

“Por ele ser um líder religioso e ter trabalhado como vigia, como relataram as testemunhas, é possível que existam mais vítimas. Até agora, três foram confirmadas [duas netas e uma vizinha]”, concluiu o delegado.

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