
O vaginismo é uma dor sexual feminina que afeta 1 a 7% da população mundial. Ela ocorre durante qualquer tentativa de penetração vaginal, seja por pênis, absorventes internos, dedos, vibradores, espéculo e até transdutor de ultrassom transvaginal.
Nessas situações, a vagina se fecha involuntariamente, resultando em uma penetração dolorosa, difícil e/ou impossível, dependendo do grau do vaginismo. Ele pode durar a vida toda ou surgir após um período de penetração vaginal sem problemas como no pós-parto, após uma infecção vaginal, um abuso sexual ou na menopausa.
As mulheres que têm vaginismo enfrentam muitas barreiras para procurar e receber ajuda e cuidados de saúde adequados. Isso ocorre porque, embora seja uma condição comum, o seu diagnóstico e tratamento costumam ser negligenciados. Há algumas razões para isso. Vamos conhecê-las!
A primeira delas é baixa consciência social das mulheres sobre o assunto, não saber onde e nem como procurar ajuda. A segunda é o desconhecimento de muitos profissionais de saúde a respeito do vaginismo, seus sintomas e seu tratamento. Isto aumenta a probabilidade de as mulheres receberem diagnósticos ou tratamentos incorretos e terem as suas queixas negligenciadas e invalidadas.
Os impactos do vaginismo nas mulheres podem ser devastadores. Há prejuízos na intimidade das mulheres com os seus parceiros, podendo levar a casamentos não consumados, dificuldades para engravidar e separações conjugais. Há evidências de taxas mais altas de depressão, ansiedade e, ainda, exacerbação de doenças de saúde mental pré-existentes.
As mulheres com vaginismo costumam acreditar que o sexo é fácil para todas as outras mulheres. Também é recorrente o relato de se sentirem inadequadas, indesejáveis e sem valor como mulheres. Todo o estresse de conviver com essa dor pélvica crônica impacta negativamente no desempenho profissional delas, além de alterar os seus níveis de energia e o sono.
Por tudo isso, destaco a importância do acesso das mulheres a cuidados de saúde e tratamento adequados para o vaginismo. É necessário aumentar a conscientização e diminuir o estigma da doença nos sistemas de saúde e na sociedade em geral. A terapia sexual aliada à fisioterapia do assoalho pélvico são as principais indicações terapêuticas com ótimos e promissores resultados.
É bom lembrar que o Hospital Getúlio Vargas disponibiliza um ambulatório de sexologia com acesso para as mulheres de todo o Piauí.
Dra. Andréa Rufino – CRM/PI 2006, RQE 434 e 1484
Ginecologista e Sexologista
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