
Visão geral
Segundo análises recentes de instituições financeiras como o J.P. Morgan, o Brasil ainda enfrenta desafios para reduzir de forma duradoura a inflação — isto é, manter os preços crescendo em ritmo mais baixo e estável.
Apesar de já ter havido algum avanço, o país ainda convive com fatores internos e externos que dificultam esse processo.
Ao mesmo tempo, existem sinais positivos, como a queda gradual das expectativas de inflação e o câmbio mais estável, que trazem cauteloso otimismo às autoridades do governo e do Banco Central.
- Fatores internos (endógenos) — o que acontece dentro do país e mantém a inflação alta
- Serviços que sobem devagar, mas não caem facilmente
Gastos com aluguel, transporte, educação e saúde continuam aumentando, mesmo quando o consumo diminui. Esses setores costumam ter reajustes automáticos, e isso faz a inflação demorar mais para cair.
- Salários e mercado de trabalho aquecido
Com o aumento do emprego formal, muitas categorias têm conseguido reajustes salariais. Isso é positivo para a renda, mas aumenta os custos das empresas — e parte desse aumento é repassado aos preços dos produtos e serviços.
- Gastos do governo e incertezas fiscais
Quando o governo gasta mais do que arrecada, cresce a desconfiança dos investidores. Isso faz o dólar subir e encarece produtos importados. Esse efeito indireto também pressiona a inflação, e por isso o Banco Central mantém os juros altos por mais tempo.
- Custo dos insumos e energia
Empresas que dependem de combustíveis, energia elétrica ou matérias-primas nacionais sofrem quando esses preços aumentam. Como não conseguem absorver todos os custos, acabam repassando parte deles ao consumidor final.
- Crédito ainda disponível para o consumo
Mesmo com juros altos, há novas formas de crédito surgindo (como fintechs e crédito digital). Isso mantém o consumo em certo nível e impede uma desaceleração mais forte dos preços.
- Fatores externos (exógenos) — o que vem de fora e também influencia a inflação
- Variação do câmbio (alta ou queda do dólar)
Quando o real se desvaloriza, produtos importados ficam mais caros — e isso afeta desde alimentos até combustíveis. Essa oscilação do dólar é um dos principais desafios do controle de preços.
- Preços internacionais de alimentos e petróleo
Se houver aumento nos preços mundiais de soja, trigo, milho ou petróleo, isso repercute rapidamente no Brasil. Mesmo com períodos de estabilidade, o risco de novos aumentos — por causa de guerras, secas ou crises — continua presente.
- Juros altos no exterior
Quando países como os Estados Unidos mantêm juros elevados, investidores preferem aplicar dinheiro lá, retirando recursos de países emergentes como o Brasil. Isso pode enfraquecer o real e dificultar a queda dos preços aqui.
- Fatores que geram otimismo nas autoridades econômicas
- Projeções de inflação começando a cair
Pesquisas do Banco Central e de grandes bancos mostram que as expectativas de inflação para os próximos anos estão caindo devagar. Isso indica que o mercado acredita que a política de juros altos está funcionando.
- Economia crescendo em ritmo mais moderado
A previsão de crescimento mais baixo da economia em 2025 e 2026 é vista de forma positiva para o controle da inflação. Com menos pressão de consumo, os preços tendem a subir menos.
- Câmbio mais estável
A recente estabilidade do real em relação ao dólar tem ajudado a segurar os preços de produtos importados. Isso reduz uma das fontes de pressão inflacionária.
- Inflação “de base” começando a ceder
A chamada “inflação de núcleo” — que exclui produtos muito voláteis como alimentos e combustíveis — vem mostrando uma leve queda. Esse é um sinal importante de que o controle dos preços pode se firmar nos próximos meses.
- Cenário internacional um pouco mais calmo
Analistas apontam que o risco de novos aumentos muito fortes nos preços globais de energia e alimentos está menor. Isso ajuda países como o Brasil a manter um cenário mais previsível de inflação.
Em síntese:
Controlar a inflação no Brasil continua sendo um processo lento e complexo, influenciado por fatores internos (como salários, custos e política fiscal) e externos (como o câmbio e o preço das commodities).
Apesar disso, as projeções de bancos como o J.P. Morgan indicam que o país pode alcançar um cenário de queda gradual da inflação entre 2026 e 2027, se conseguir manter disciplina fiscal, estabilidade cambial e política monetária firme.
Os sinais de melhora — como expectativas mais baixas, câmbio estável e economia desacelerando de forma controlada — sustentam o otimismo cauteloso do governo e do Banco Central.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e entre no nosso Canal.
Confira as últimas notícias: clique aqui!
