O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), se manifestou nesta quinta-feira (13) sobre o resultado da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI), que analisou as denúncias de déficit financeiro de R$ 3 bilhões deixado pela gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD), e foi chamada ‘CPI do Rombo’.

A comissão de vereadores da Câmara Municipal de Teresina, que estava à frente das apurações negou, a existência do rombo nas finanças da Prefeitura, alegando a existência apenas de irregularidades. Para o chefe do Executivo municipal, trata-se de um “sinal grave da impunidade”.

“O denunciado não pode virar denunciante e ficar livre porque é sinal grave de impunidade. É por isso que a política, gestores e representantes políticos ganham o descrédito. Se as provas que foram encaminhadas, os documentos onde se demonstram que várias empresas de médio porte quebraram porque não receberam o que fizeram ou forneceram. Então, se nada disso valer, vamos deixar de brincadeira. Pega o processo de 800 páginas e joga no Rio Parnaíba”, lamentou.

Silvio destacou também que entregou provas materiais robustas das evidências de falhas encontradas ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) e ao Legislativo, totalizando mais de 3 mil processos.

O prefeito ressaltou ainda que a Câmara Muncipal de Teresina e o TCE-PI reprovaram as contas do mandato de Dr. Pessoa e destacou que pessoas atuantes na gestão passada foram presas. Ele aponta uma certa incoerência nas decisões dos órgãos públicos, que reprovaram as contas, mas que, depois da conclusão do relatório da ‘CPI do Rombo’, não foi apontado nada mais grave, apenas irregularidades.

“Vamos fazer o seguinte, vamos processar o Tribunal de Contas, que de forma ilegal, desaprovou as contas. Vamos processar o juiz, os policiais e quem mais prendeu os membros da gestão passada porque fizeram um fato ilegal e vamos pedir à Câmara que reconsidere as reprovação das contas do ano passado”, ironizou.

A CPI do Rombo foi conduzida pelo vereador Dudu (PT), que presidia a investigação. O relatório final foi aprovado, nessa quarta-feira (12), por unanimidade entre os cinco membros. O documento, que contém 115 páginas, aponta indícios de irregularidades na execução de recursos de empréstimos, mas descarta a existência de um rombo nas contas públicas.

Desde maio deste ano houve uma série de contenções de gastos, incluindo reduções de pastas e suspensão de novas nomeações na tentativa de equilibrar as finanças na Prefeitura. Os R$ 3 bilhões em falta no Município, de acordo com Silvio, seria o acumulado de dívidas após a seu segundo mandato à frente do Palácio da Cidade.

Após cinco meses de análises, o presidente da comissão afirmou que o valor apresentado pelo prefeito Silvio Mendes não condiz com o apurado.

“Todos números apresentados aqui, como R$ 1,8 bilhão em despesas de longo prazo, todos estão transcorrendo normalmente. São despesas do município, inclusive autenticada pela atual gestão. Essa de curto prazo, que soma R$ 1 bilhão, é despesa corrente do município. Sobre o valor de R$ 110 milhões na Saúde, há uma auditoria que foi iniciada na gestão anterior”, disse Dudu.

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