
As 46 placas eletrônicas e 47 pulsers apreendidas nos postos de combustíveis do Piauí, alvos da Operação Carbono 86, serão analisadas no laboratório do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), da Bahia.
De acordo com o diretor-geral do Instituto de Metrologia do Estado do Piauí (Imepi), Júnior Macedo, a suspeita é que por meio desses mecanismos, o consumidor recebia menos litros de combustível do que o informado nos painéis das bombas – prática conhecida como medida baixa.
“A grande maioria dos postos de combustíveis envolvidos na Operação Carbono Oculto são reincidentes em práticas que lesavam os consumidores. Com o trabalho de inteligência dos órgãos envolvidos e a expertise dos nossos fiscais, foi possível verificar que, além da bomba baixa, alguns desses postos estavam possivelmente usando placas adulteradas para enganar a população ao abastecer”, explicou.
Após seguir o processo de catalogação com a identificação de cada placa e pulser, os materiais adulterados seguem para análise da perícia no laboratório credenciado do Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro).
A Operação Carbono Oculto 86 identificou, em 49 postos de combustíveis do Piauí, Maranhão e Tocantins, um braço financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) infiltrado no setor de combustíveis, com movimentações que ultrapassam R$ 5 bilhões em todo o país, sendo R$ 300 milhões em empresas sediadas no estado.
Participação de empresários

Os empresários Haran Santiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, donos dos postos HD e Diamante, foram os alvos da Operação Carbono Oculto 86. Conforme a investigação, o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar capitais ilícitos, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.
Entre os bens apreendidos está um avião pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Uma Porsche avaliada em mais de R$ 550 mil também foi apreendida.
A decisão judicial também determinou o sequestro de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas, até o limite de R$ 348,7 milhões, conforme documento assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos.
As empresárias gêmeas Thamyres Leite Moura Sampaio e Thayres Leite Moura Coelho, esposas de Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, também são investigadas por participação no esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis. Elas são sócias de postos e distribuidoras como as redes HD e Diamante.
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