Um vídeo da prefeita de Piripiri (PI), Jovê Oliveira (PT), publicado e apagado na quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, gerou grande repercussão nas redes sociais.

No vídeo, a prefeita aparece com o rosto pintado de preto e retira a maquiagem enquanto fala sobre a data. Internautas criticaram o gesto por caracterizar blackface, prática considerada racista.

Blackface é quando uma pessoa não negra pinta a pele de preto para representar pessoas negras. A prática surgiu em espetáculos do século 19, onde atores brancos caricaturavam negros de forma estereotipada e ofensiva. Por isso, é amplamente condenada por movimentos antirracistas.

A gravação, feita diante de um fundo escuro, mostra a prefeita falando sobre o significado do 20 de novembro e pedindo reflexão sobre o racismo.

“Dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, feriado nacional. E você, o que tá fazendo hoje? Parou um pouquinho, refletiu? Sabe o que representa essa data? Como é que tá sua consciência a respeito desse assunto?”, diz a prefeita no início do vídeo.

“Gente, hoje é dia de reflexão. Celebrarmos também os avanços, mas refletirmos sobre as tragédias que ainda ocorrem com pessoas que, pelo simples fato de nascerem negras, são humilhadas, discriminadas, achincalhadas. Nós temos que não sermos apenas contra o racismo, mas sermos antirracistas.”

O vídeo foi apagado pouco depois da publicação, mas prints e trechos se espalharam nas redes sociais. Usuários criticaram a estética da gravação e apontaram o uso de blackface como ofensivo, mesmo que a intenção fosse homenagear a data.

Até o momento, a prefeita não se manifestou publicamente sobre a polêmica.

CASSAÇÃO DA PREFEITA

A Justiça Eleitoral da 11ª Zona de Piripiri aceitou a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação “União, Amor e Trabalho por Piripiri”.

A decisão cassou os diplomas da prefeita reeleita, Jôve Oliveira (PT), e do vice, Hilton Martins Osório (PT). A sentença é de primeira instância, e a prefeita pode recorrer.

A chapa foi condenada por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além da cassação, os dois ficaram inelegíveis por oito anos.

Após a decisão, a prefeita disse que soube da sentença no fim do dia e que respeita as instituições.