6 de dezembro de 2025

 “Menos é mais”? O maximalismo talvez te convença do contrário

Atualizado há 1 hora

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Sala minimalista (Foto: Gui Uemura/CASACOR)

Enquanto movimento e estilo, o minimalismo surge a partir da década  de 1960 tentando estabelecer uma linguagem universal para o design, com suas paletas neutras, traços simples e a filosofia do “menos é mais”. Como resposta, o maximalismo exalta a liberdade criativa, a personalização dos ambientes e a exploração de misturas inusitadas. Por anos, esses estilos têm se apresentado como dois lados da mesma moeda, por vezes com a corda pendendo mais para um lado do que para o outro.

Mais recentemente, vivenciamos, tanto na arquitetura quanto nos interiores, a predominância do minimalismo como sinônimo de sofisticação. Contudo, ele começa a apresentar sinais de saturação, à medida que os ambientes com estética asséptica e controlada deixaram de dialogar com a necessidade humana por aconchego, história e identidade. Para algumas pessoas, o minimalismo produz espaços entediantes e casas “com cara de clínica”.

É nesse contexto que o maximalismo volta a florescer, trazendo consigo a celebração da abundância, da cor, da textura e, principalmente, da expressão pessoal, uma mistura que exige equilíbrio e sensibilidade estética. O segredo está em criar pontos focais, coordenar paletas de cores e estabelecer diálogos harmônicos entre os elementos, um trabalho que, quando bem executado, gera um resultado sofisticado, acolhedor, ousado e singular.

Assim, tons como vermelho cereja, verde musgo, roxo e azul profundo, destaques do Salone del Mobile de Milão 2025, invadem paredes, estofados e até mesmo tetos, criando atmosferas envolventes e cheias de energia. A mistura de estampas diversas (florais, geométricas, listras, poás) em papeis de parede, tecidos ou murais é sinônimo de criatividade e personalidade. As texturas também ganham protagonismo com uso do veludo, linho, fibras naturais e metais, adicionando diversidade tátil e visual aos ambientes.

Outro aspecto do estilo, em especial quando tratamos de Brasil, é sua relação com o artesanato e a valorização da produção local. A conexão com técnicas manuais, peças únicas e arte popular brasileira traz não apenas beleza estética, mas também uma consciência cultural e sustentável aos projetos.

Sala maximalista (Foto: William Abranowicz)

O maximalismo não se trata, contudo, apenas de um estilo de arquitetura e interiores, senão um reflexo cultural profundo de como desejamos habitar nossos espaços. O seu retorno, na verdade, pode ser um reflexo da mudança de mentalidade das pessoas após a pandemia de Covid-19. Depois de períodos de isolamento e monotonia, ansiamos por espaços que celebrem a vida, de modo que o maximalismo responde a essa expectativa.

De toda forma, não acredito que o minimalismo está em vias de morrer. Ambos os estilos continuarão convivendo, não em oposição, mas como caminhos distintos que, por vezes, podem se cruzar. Embora o maximalismo se apresente como tendência para 2026, sempre haverá quem goste mais da sobriedade minimalista. Tendências são assim, vem e vão. Eu, particularmente, vejo beleza em ambos. Tudo depende do espírito de quem habitará o espaço. Afinal, qual o valor de uma parede colorida para quem encontra paz no preto e branco?


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