
Nos últimos anos, pesquisas têm mostrado que a microbiota intestinal — o conjunto de micro-organismos presentes no intestino — pode influenciar diretamente o comportamento e os padrões alimentares de crianças autistas. Alterações específicas, como a redução de bactérias benéficas e o aumento de bactérias pró-inflamatórias, parecem impactar humor, sensorialidade e seletividade alimentar.
O intestino se comunica com o sistema nervoso central por meio do eixo intestino-cérebro. Quando há disbiose, essa comunicação é prejudicada, o que pode intensificar comportamentos comuns no TEA, como rigidez alimentar, ansiedade e dificuldades na aceitação de novos alimentos.
Pesquisas apontam que a seletividade alimentar pode ser tanto causa quanto consequência da disbiose. Crianças com desequilíbrio da microbiota tendem a preferir alimentos previsíveis, rejeitar texturas diferentes e apresentar mais desconforto gastrointestinal, o que reforça a repetição alimentar.
Entre as estratégias promissoras para melhorar a saúde intestinal estão: o aumento gradual de fibras na dieta, a introdução lenta de novos alimentos respeitando o sensorial da criança, o uso criterioso de probióticos e prebióticos e a redução de ultraprocessados.
Embora não exista um protocolo único, há consenso de que investir na saúde intestinal pode apoiar a evolução alimentar e o bem-estar geral da criança autista. A microbiota não explica tudo, mas se mostra uma peça importante no cuidado integral.
Por Camila Maria Silva Leite – Nutricionista Materno Infantil, Especialista em Nutrição Funcional e Terapia Alimentar no Autismo e TDAH
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