
A mãe da Emilly Yassmin Silva Oliveira, que foi encontrada morta com o corpo carbonizado em Teresina (PI), pede justiça e desabafa sobre a dor de não poder se despedir olhando para o rosto da filha, já que o estado de decomposição vai impossibilitar o último adeus.
Ao Portal ClubeNews, Maria Oliveira relembra, em meio ao sofrimento, quem era Emilly: “a minha filha era uma pessoa muito espontânea, de personalidade, uma pessoa que sempre soube o que quis. Vivia a sua vida. Minha filha era muito amada, muito querida, feliz”, comentou.
Segundo a mãe, o momento é de dor e espera, marcado pela impossibilidade de um velório devido ao estado de carbonização do corpo. “Minha filha era linda, você viu a foto da minha filha, muito linda, nem o último adeus vou poder dar, vendo o rostinho dela. É desesperador para mim”, desabafou.
Apesar de ter nascido na Bahia, Emilly será enterrada em Petrolina, cidade natal da mãe. O corpo de Emilly, de 24 anos, ainda não foi liberado para sepultamento. A família aguarda a autorização para realizar os procedimentos necessários.
RESPEITO À MEMÓRIA
A mãe de Emilly fez um apelo para que a memória da filha seja respeitada. Ela comentou que a filha era garota de programa e que nunca escondeu a profissão de ninguém. Em meio à dor, a mãe lamentou as ofensas e julgamentos que a jovem sofreu nas redes sociais, após ser morta, reforçando que ninguém deveria ser ridicularizado por suas escolhas.
“Ela nunca se escondeu, nunca se escondeu de ninguém, nem da família nem de amigos. O que fizeram com ela na internet, foi ridicularizar. ‘Garota do Job’ tem família, tem mãe, tem pai. Tem gente que sofre”, diz.

SUSPEITOS PRESOS
Dois homens foram presos pelo assassinato de Emilly Yassmyn, que estava desaparecida desde o dia 30 de dezembro e foi encontrada morta no dia 6 de dezembro em uma área de mata na Estrada da Alegria, Zona Sul de Teresina (PI).
A investigação é da Delegacia de Investigação de Desaparecimento de Pessoas, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Conforme a investigação, Hilton Candeira Carvalho foi o primeiro a ser preso e teria confessado a morte da vítima por meio de estrangulamento; já Carlos Roberto da Silva Sousa, também preso, teria ajudado a levar o corpo ao local onde foi carbonizado. O espaço está aberto para defesa dos citados.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Jorge Terceiro, o suspeito de estrangular, inicialmente, negou conhecer a moça, porém confessou que teve uma discussão com ela devido ao pagamento do programa. Ele teria pago apenas uma pequena parte do valor combinado, o que motivou a discussão.
O delegado explicou a dinâmica do crime, conforme depoimento dos envolvidos. “Ele matou a moça inicialmente dando um ‘mata-leão’, depois com um fio, estrangulou a moça. Depois foi desovar o corpo, ocultar o corpo cerca de 10 km de distância, mais ao Sul da cidade, às margens da Estrada da Alegria”, pontuou.
MOTIVAÇÃO DO CRIME
O coordenador do DHPP, Francisco Costa “Baretta”, informou que a vítima teria saído com o suspeito, apontado como principal autor do crime, para realizar um programa com o valor combinado de R$ 1.500. Porém, após o ato, o suspeito só teria oferecido R$ 300.
A situação provocou uma discussão entre os dois e a mulher teria afirmado que ligaria para alguns colegas para resolver o problema. O suspeito, conforme o delegado, aplicou na mulher um golpe conhecido como mata-leão e teria utilizado um fio de internet para asfixiá-la até a morte.
O corpo foi levado para a região da Estrada da Alegria e, posteriormente, carbonizado. Segundo o delegado, o crime configura em homicídio qualificado com violência extrema.
FEMINICÍDIO NO CONTEXTO DE MISOGINIA
A delegada Nathália Figueiredo, da Delegacia do Feminicídio, explica que, além do contexto da violência doméstica no âmbito familiar, conforme o Código Penal, diversos casos de feminicídios também possuem relação com a misoginia, que envolve a aversão, o desprezo ou o preconceito contra mulheres.
“O caso da Emilly, até mesmo já tipificado pelo delegado responsável pela investigação, colocou como feminicídio, não de relação íntima de afeto, e sim no contexto de ódio à mulher”, explicou a delegada.
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