Fim de ano chegou, luzes piscando de Natal, cartões de agradecimento… e o momento mais aguardado (e temido) do calendário corporativo: a confraternização da empresa. É aquela ocasião curiosa em que todo mundo quer parecer descontraído, mas ainda precisa parecer competente. Porque, sim, é festa, mas continua sendo trabalho. O cenário muda, o chefe tira a gravata, mas o crachá invisível segue pendurado.

E é justamente aí que muita gente se perde. Empolgação em excesso costuma gerar decisões perigosas diante do espelho: vestidos colados demais, decotes profundos demais, transparências corajosas demais. Homens com jeans mega justos e camisas abertas em demasia. O problema não é a roupa ser bonita (quase sempre é). O problema é o contexto. Confraternização corporativa não é balada, não é casamento de amigo e definitivamente não é after de réveillon.

Roupas muito justas, muito curtas ou com recortes estratégicos demais têm grande potencial para virar assunto no dia seguinte e não do jeito que você gostaria. Costas completamente nuas, fendas até onde a ética não alcança e tecidos que mais revelam do que vestem podem até render curtidas nas redes sociais, mas também podem comprometer a imagem de quem construiu uma carreira com seriedade o ano inteiro.

O dress code, mesmo quando não está escrito no convite, existe. Ele pede equilíbrio. Pede roupa bem cortada, tecido adequado, ajuste correto no corpo e informação de moda sem exagero. Dá, sim, para estar elegante, atual e interessante sem apelar. Um vestido de comprimento médio, um conjunto de alfaiataria mais leve, uma camisa de tecido nobre com corte impecável dizem muito mais sobre você do que qualquer excesso de pele à mostra.

Vale lembrar: profissionalismo também se comunica pela imagem. A roupa fala antes mesmo de você abrir a boca. E, numa confraternização, onde informalidade e hierarquia caminham lado a lado, a forma como você se apresenta pode fortalecer ou enfraquecer a percepção que as pessoas já têm do seu trabalho. Estilo é linguagem. E bom senso é fluência.

Portanto, antes de sair de casa pronta para celebrar, faça aquela última pergunta estratégica ao espelho: “Se amanhã eu encontrasse meu chefe no elevador com essa roupa, eu ficaria confortável?” Se a resposta for sim, você está no caminho certo. No fim das contas, elegância de verdade não chama atenção pelo excesso ela se impõe pelo equilíbrio.

Mesmo na festa.
Especialmente no trabalho.