Thálef Santos*
thalefsantos@tvclube.com
O Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi) realiza uma paralisação de 24h da categoria no Hospital Getúlio Vargas (HGV), Centro-Sul de Teresina, em protesto pelo não cumprimento do piso salarial da categoria.
A proposta fixa remuneração mínima é de R$ 4.750 para enfermeiros. Já os Técnicos em Enfermagem devem receber 70% desse valor, e auxiliares de Enfermagem e parteiros, 50%.
A manifestação iniciou às 7h desta sexta-feira (9) e terá fim apenas às 7h do sábado (10). Os enfermeiros na cidade de Parnaíba também protestam em frente ao Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA).
O presidente do sindicato, Erick Riccely, esclarece que serviços eletivos estão suspensos. O atendimento de emergência e urgência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o centro cirúrgico, fora as cirurgias eletivas, continuam em funcionamento com equipe reduzida.
Erick explica que 20 municípios do Piauí vão aderir ao protesto, que pode ser realizado nacionalmente. Segundo ele, há cidades no interior piauiense onde enfermeiros recebem até R$ 600 mensais na profissão, um valor muito abaixo do estimado pela proposta de piso do setor.
Ao Portal ClubeNews, a FMS informa que paga o piso dos enfermeiros com o valor aprovado pelo Congresso Nacional, mesmo com a suspensão pelo Superior Tribunal Federal (STF) há seis meses. O Portal aguarda posicionamento da Secretaria Estadual de Administração.
MOVIMENTO NACIONAL
Já o diretor tesoureiro do Senatepi, Girleno França, alerta que a paralisação pode continuar por tempo indeterminado. Ele informa que a mobilização acompanha acordo com a confederação nacional que busca a execução da lei que garante o piso salarial da Enfermagem.
“A gente tem um empecilho que é a liminar que o ministro Barroso (do Supremo Tribunal Federal) concebeu, mas, apesar da liminar, esse documento não impede que governos estaduais e prefeituras façam o pagamento do piso aos profissionais” disse.
Alguns estados como Paraíba e instituições particulares, até em Teresina, já pagam os salários conforme o piso estabelecido. “Temos várias reivindicações ao nível privado, municipal e estadual, mas hoje a principal é a prática do piso salarial do enfermeiro”, completou.
VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO
O diretor afirma ainda que alguns estados já aderiram à greve por tempo indeterminado e, a depender do resultado da paralisação por 24h, o Piauí também pode aderir ao formato sem previsão para o fim.
“A gente vê que esse piso salarial, uma coisa construída na pandemia para garantir que a Enfermagem tivesse o mínimo de valorização e dignidade salarial; a gente vê que está mais distante porque logo após a pandemia foi a categoria que mais rapidamente foi esquecida, apesar de ser a que mais adoeceu e faleceu”, indaga o presidente do sindicato, Erick Riccely.
Segundo ele, municípios, rede privada e estados se respaldam na liminar para descumprir a lei e aguardam liberação do Supremo Tribunal Federal (STF) para implementar o piso. “Se essa é a máxima que dizem, então vamos cobrar a liberação”, finaliza.
*Sob supervisão da jornalista Carliene Carpaso.
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram.