
Isadora Cavalcante*
isadora.cavalcante@tvclube.com.br
“A gente se sente totalmente abandonado tanto pelo prefeito como próprios empresários”, respondeu o usuário Thiago, que dependente do transporte público para se locomover em Teresina ao ser questionado sobre o quarto dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus. Ele diz que não só os trabalhadores do sistema, mas os usuários ficam prejudicados e abandonados pela falta de acordo entre as partes.
Hoje (16/04), os motoristas e cobradores de ônibus iniciarem o quarto dia de greve em Teresina. Eles reivindicam o pagamento dos salários e benefícios atrasados, além da assinatura da convenção coletiva que assegura direitos aos trabalhadores. Pelo menos cinco empresas ainda não pagaram o salário referente ao mês de fevereiro.
“A gente depende do transporte público; é realmente muito complicado chegar na faculdade e no trabalho. Tanto ir como voltar para casa. O tempo de espera é bastante longo dos transportes alternativos”, disse Thiago ao responder
Os empresários afirmam que os atrasos no pagamento ocorre devido ao não repasse dos subsídios da Prefeitura de Teresina. O espaço está aberto para esclarecimentos por parte do Poder Executivo Municipal.
A Prefeitura de Teresina realizou o cadastro de veículos alternativos para circularem na cidade durante a greve decretada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), que iniciou nessa segunda-feira (13). Entretanto, a quantidade não é suficiente para suprir a necessidade da população.
TRT
Na terça-feira (14), uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI) determinou o retorno de 100% da frota dos transportes coletivos no horário de pico, e de 80% no entrepico.
Conforme o desembargador Téssio Torres, os trabalhadores do transporte não apresentaram provas que justifiquem o ato grevista, que dessa forma, pode ser considerada ilegal.
“O que temos até momento é isso: não consta, pelo menos no ofício que o Setut junta ao processo, a questão de que essa greve agora se daria por conta de atraso dos salários. O sindicato dos trabalhadores precisa se posicionar o mais breve possível para a gente ter mais subsídios. Se for o caso, reconsiderar essa decisão”, declarou.
Em entrevista à TV Clube, o advogado do Sintetro, Francisco Martisn, reitera que é necessário a celeridade no julgamento do processo que os trabalhadores entraram contra as empresas para a mais rápida resolução do problema no transporte coletivo.
Em posicionamento, o grupo de sindicalistas rodoviários solicita a revisão dessa decisão do TRT-PI. “O sindicato gostaria de esclarecer que não está descumprindo nenhum ordem judicial. Informamos ainda que já apresentamos nossa manifestação dentro desse processo onde pedimos a reconsideração da liminar por entender que o percentual ali estabelecido inviabiliza o direito de greve dos trabalhadores”, destacou.
“Também queremos que a população saiba que existem cinco empresas que até o presente momento sequer pagaram o salário desses trabalhadores relacionados ao mês de fevereiro. Por tanto, é necessário que a Justiça tenha celeridade para julgar o processo que o sindicato entrou contra essas empresas porque fica muito difícil convencer um trabalhador a ir ao serviço sem receber seu salário”, completou o advogado.
Câmara dos Vereadores
Em entrevista à TV Clube, na manhã desta quinta-feira (16), o presidente da Câmara Municipal, Enzo Samuel (PDT), pontuou algumas ações realizadas pelos vereadores para tentar resolver a situação do transporte coletivo na cidade.
“A Câmara já tem tomado as medidas. Primeiro, nós tivemos uma CPI onde apontamos as principais falhas do sistema. Segundo, realizamos o remanejamento de mais de R$ 70 milhões para STRANS, que é a pasta que cuida do transporte público de Teresina. A Prefeitura, já poderia ter utilizado desse recurso para financiar o nosso sistema, todavia, esse recurso não está sendo utilizado”, disse.
O parlamentar ainda ressaltou que a palavra final para executar uma resolução definitiva ao transtorno rodoviário em Teresina deve ser feita pela Prefeitura de Teresina.
“Câmara, o poder dela é fiscalizar, legislar e cobrar. Quem executa e quem tem a verdadeira responsabilidade é a Prefeitura de Teresina. Se for preciso, em um caso mais extremo, a medida será judicializar”, completou o vereador Enzo Samuel.
Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpasso
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