8 de junho de 2025

Operação resgata 117 piauienses em situação análoga à escravidão em MG e GO

Carlienne Carpaso

Editora
Publicado em 21/03/2023 16:50

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Resgate de trabalhadores em situação análoga a da escravidão – Foto: Ministério Público

Mais de 110 trabalhadores que saíram do Piauí foram resgatados nos estados de Minas Gerais e Goiás em condição análoga ao trabalho escravo.  Eles trabalhavam em usinas de álcool e na produção de cana-de-açúcar.  Os piauienses integram o grupo de 212 pessoas resgatadas.

O Ministério Público do Trabalho  (MPT) informou que 117 piauienses foram enganados com a ilusão de que teriam empregos com bons salários e condições de trabalho em outros estados.  Eles estavam nas cidades de Araporã, em Minas Gerais, e Itumbiara e Edeia, em Goiás.

“Os trabalhadores piauienses resgatados eram oriundos dos municípios de Isaías Coelho, Oeiras, Inhuma, União, São Raimundo Nonato, Conceição do Canindé, Regeneração, Francinópolis, Valença, Ipiranga do Piauí, Elesbão Veloso, Novo Oriente, Aroazes, Teresina, Gilbués, Lagoa do Sítio e Amarante”, informou o MPT.

O Procurador-chefe do MPT no Piauí, Edno Moura, esclarece que esse é o segundo caso de resgate de trabalhadores piauienses em Goiás, apenas esse ano. Na primeira operação, 78 trabalhadores do Estado estavam entre os traficados.

“Infelizmente, são muitos os piauienses que são traficados para outros estados, ludibriados com falsas promessas de bons salários, bons alojamentos e boa alimentação, contudo, ao chegar ao destino, descobrem que foram enganados, que, além de salários bem abaixo dos prometidos, as condições de trabalho são absolutamente degradantes”.

Além do Piauí, os trabalhadores foram traficados dos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia.

 

 

Resgate de trabalhadores em situação análoga a da escravidão – Foto: Ministério Público

CONDIÇÕES DE TRABALHO

– Cobrança pelos aluguéis dos barracos usados como alojamentos;

– Não fornecimento de alimentação e cobrança pelo fornecimento de ferramentas de trabalho pelos empregadores;

– Não havia instalações sanitárias nas frentes de trabalho, fornecimento de equipamentos adequados de proteção e a aplicação de agrotóxicos ocorria nas áreas onde os trabalhadores estavam;

– Os trabalhadores chegavam a ter que pagar pelos colchões e, aqueles que não tinham condições, dormiam em redes ou mesmo no chão forrado com um pedaço de pano, ou papelão.

 

Resgate de trabalhadores em situação análoga a da escravidão – Foto: Ministério Público

OPERAÇÃO 

A operação de resgate aconteceu em parceria com o Ministério Público Federal e da Polícia Federal dos estados citados.

O Ministério Público do Trabalho antecipou que todos os trabalhadores terão direito a receber o seguro-desemprego e a rescisão trabalhista.

A Polícia Federal também vai instaurar inquérito policial para apurar o crime de submissão de trabalhadores a condições análogas a de escravo.

“Estamos trabalhando para combater os traficantes e para conscientizar os trabalhadores dos riscos que essa migração pode conter. Para o sucesso do nosso trabalho, é fundamental a ajuda de toda a sociedade, formulando denúncias ao Ministério Público do Trabalho”, acrescenta o Edno Moura.

O MPT destacou que “o Grupo (Móvel) identificou cinco empregadores que assumiram a responsabilidade pelos trabalhadores resgatados”.

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