
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
O funcionário público Italberto Dantas sempre aproveitou os intervalos do trabalho para produzir diversas ilustrações. Com lápis e uma folha branca, o profissional rabiscava os contornos de sua imaginação criativa, que se perderam ao longo do tempo pela falta de organização.
A necessidade de reunir seus desenhos em um portfólio revelou seu talento empreendedor, pelo qual ele abriu um negócio de cadernos artesanais em Teresina.
Embora nunca ter feito um curso profissional de desenho, o servidor público de 38 anos, demonstra grande habilidade para ilustrar seus produtos. A fabricação começou há três anos, após a chegada da pandemia da Covid-19, que impossibilitou o empreendedor de comprar cadernos.
Ao produzir e acumular vários destes itens em casa, ele decidiu empreender e ficou surpreso com a aceitação do público. Por isso, expandiu sua produção e começou a fazer, além de cadernos de desenhos, cadernetas de anotações e agendas. As feiras e eventos de artesanato são os principais locais de venda para captar novos clientes.
“Eu tinha mania de criar minhas ilustrações em qualquer folha e acabava perdendo todas elas. Então, passei a fazer os cadernos como necessidade de reunir todo o meu material artístico e isso levou à criação do meu negócio”, disse.
DUPLA JORNADA
Italberto é formado em Ciências da Computação e cumpre jornada de 8h diárias de trabalho como funcionário público. Apesar de cansativo, ele afirma que também é prazeroso ser empreendedor.
O peso desta dupla jornada se torna mais leve por exercer atividades que geram renda e proporcionam satisfação.
“No início, foi mais fácil, porque era tempo de pandemia e eu ficava somente em casa e tinha mais tempo disponível. Agora, eu tenho que organizar meus horários. Faço os cadernos à noite e aos finais de semana e venho às feiras de empreendedorismo para divulgar meu trabalho. É cansativo, mas é satisfatório”, pontuou.
ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE
Para baratear os custos da produção e repassar um preço acessível aos consumidores, o empresário adquire toda a matéria-prima em Teresina, também com o propósito de fomentar a economia local.
Além disso, Italberto conta que parte das sobras de papéis e outros materiais é reutilizada para a fabricação de etiquetas. Seu objetivo é transformar seu trabalho em um empreendimento sustentável.
“Guardei o que sobrou da produção, pois quero encontrar uma forma de reciclar tudo isso. É uma maneira de trabalhar de modo sustentável”, concluiu.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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