
Estudantes e docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI), campus Petrônio Portela, em Teresina, pedem à administração o atendimento de urgência e emergência do Hospital Universitário (HU). A comunidade acadêmica reivindica a implantação de um ambulatório que atenda aos alunos, servidores e docentes na instituição.
Recentemente, uma estudante do curso de Libras faleceu após sofrer mau súbito no período de aulas na instituição. Ela foi socorrida, mas sem um atendimento rápido, não resistiu. A morte de Maria dos Milagres de Sousa Ribeiro Silva, de 44 anos, preocupou os que estudam e trabalham na universidade.
Maria foi levada por outros estudantes até o HU-Ufpi, onde não recebeu atendimento por não ser de “porta aberta” para urgência e emergência. No caso, o local não atende qualquer pessoa que busca por ajuda sem redirecionamento de outra unidade hospitalar, por meio da regulação do Sistema Único de Saúde.
Do HU-Ufpi, a estudante foi levada para outro hospital, mas não resistiu e morreu. Ela foi a segunda estudante a morrer dentro dos limites da UFPI neste ano. O primeiro caso foi da estudante Janaína Bezerra, estuprada e morta por outro estudante dentro de uma sala de aula após uma festa.
O estudante Rafael Ferreira comentou: “é um pouco de insegurança que a gente sente porque, até recentemente, teve uma moça que se sentiu mal, o atendimento demorou bastante e ela acabou não resistindo”.
DISCUSSÃO
De acordo com a direção do Hospital Universitário, a atual legislação impede o atendimento urgência e emergência aberto ao público, sem regulação.
“Imagina uma época de uma sazonalidade de gripe. Você vai ter seu hospital lotado de pacientes com gripe, uma doença infectocontagiosa, que vão ocupar os leitos em detrimentos de um paciente infartado ou com câncer. Em teoria, os pronto-socorros estariam na periferia, mais próximos da população”, afirmou Maurício Giraldi, gerente de atenção à saúde do HU-Ufpi.
Maurídio Giraldi ressalta que o HU-Ufpi não pode fazer distinção de pacientes. “Eu não posso dar privilégio a um aluno da Ufpi em detrimento de um menino que está la no bairro do Satélite pedalando uma bicicleta e é atropelado. Qual a diferença entre eles dois?”, completou.
A professora Geisymeire do Nascimento indaga a política da universidade. “Precisamos repensar toda essa política aqui dentro, buscar esse ponto de apoio, de atendimento para os alunos, para funcionários e ver nesses casos de urgência e emergência, como o caso da Milagres, um atendimento mais profícuo, mais rápido possível e usando o próprio hospital da universidade que está aqui e não pode atender um aluno nosso”.
A Universidade Federal do Piauí informou que aguarda autorização da empresa responsável pela gestão dos hospitais universitários federais para que o HU passe a oferecer atendimento especial de emergência para a comunidade universitária.
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