
A advogada Michele Silva Amorim, assistente de acusação da família de Flávia Wanzeler, morta a tiros durante roubo de carro em Teresina (PI), comentou sobre a expectativa dos familiares da vítima, que participam, nesta quinta-feira (22), da audiência de instrução e julgamento dos acusados de cometer o crime.
A jovem estava com o namorado no carro alvo dos bandidos, que seria encomendado para ser roubado por um empresário. O empresário e outros dois suspeitos de envolvimento foram presos.
“A expectativa da acusação, da família como todo, é que seja feita justiça. Afinal foi uma jovem com a vida ceifada ainda cheia de sonhos, expectativas. E foi de uma maneira muito fútil, cruel. Então esperam que sejam condenados para além do mínimo legal da pena de latrocínio, que realmente permaneçam presos”, explicou a advogada.
O julgamento dos réus, Francisco Emanoel dos Santos Gomes, Denilson Weviton Santos Nicoleu e Antonio Cleison Barbosa Silva, que estão presos, acontece a partir das 9h na 3ª Vara Criminal da Comarca de Teresina. Oito testemunhas de acusação serão ouvidas. Dez testemunhas de defesa também serão apresentadas em julgamento. Será decidido ainda se os acusados vão a juri popular ou não.
ACUSAÇÃO
Os três suspeitos de assassinar a estudante de medicina Flávia Wanzeler foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI). A informação foi confirmada pelo MPPI no dia 9 de março. O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro, na zona Leste de Teresina.
Antônio Cleison Barbosa Silva, Denilson Weviton Santos Nicolau e Francisco Emanoel dos Santos Gomes foram denunciados pelos crimes de associação criminosa, latrocínio consumado (roubo seguido de morte), latrocínio tentado, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo. As penas máximas somadas chegam a 63 anos de prisão.
O MPPI também requereu a citação dos denunciados para responder à acusação, a fixação do valor mínimo para reparar os danos causados em virtude dos crimes e a condenação dos três criminosos.
ENTENDA O CASO
No dia da tentativa de roubo, que aconteceu no dia 12 de fevereiro. Flávia, de 23 anos, foi atingida por disparos de arma de fogo, chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. O namorado, que a levou no carro alvo dos bandidos até o hospital, não ficou ferido.
Conforme a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), houve um responsável por encomendar o veículo que seria roubado. O coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa “Baretta”, afirmou que o mandante era responsável por encomendar o roubo de veículos para vendê-los nos estados do Maranhão e Ceará.
Para não chamar a atenção da polícia, ele se apresentava como proprietário de uma barbearia. “Descobrimos a ligação desse indivíduo, inclusive, a casa onde ele e outros criminosos levavam os carros roubados, que eram tomados de assalto, sob encomenda feita por esse homem que se disfarçava de empresário”, explicou o delegado.
Na casa os veículos eram clonados, tinham identificadores adulterados e eram vendidos a terceiros. O suspeito alugava carros e dava todo o apoio logístico para os criminosos realizarem assaltos na capital e em outros municípios, além de realizar levantamento de lugares onde tinham veículos da preferência da quadrilha.
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