
Carlienne Carpaso e Emanuel Pereira*
carliene@tvclube.com.br
Há mais de duas décadas, Harry Potter e todos os personagens desta saga de livros conquistam uma legião de pessoas em todo o mundo. O famoso feiticeiro de Hogwarts inspirou a produção de filmes que bateram recordes de bilheteria nos cinemas e despertou, em muitos jovens, o anseio de abrir o próprio negócio.
Assim ocorreu com Kelline Costa, uma cientista social LGBTQIA+ que dedica seu tempo a reproduzir varinhas e, assim, espalhar a magia da felicidade entre os fãs do bruxo em Teresina.
A jovem de 27 anos divide sua rotina entre a produção dos artefatos e os estudos no seu curso de mestrado. Desde cedo, a empreendedora é fascinada pelos livros e produções cinematográficas de Harry Potter.
O poderoso feiticeiro usou sua magia a favor de Kelline em um dos momentos mais difíceis de sua carreira profissional. Ela trabalhava como professora em uma escola, mas, durante a pandemia da covid-19, perdeu o emprego e ficou sem nenhuma renda.
Graças ao incentivo de uma amiga, a socióloga transformou sua paixão por Harry Potter em um negócio rentável e muito criativo.
“Eu fiz algumas varinhas para mim e mostrei a uma amiga e ela ficou impressionada. Depois, fiz mais sete destes objetos para vender, e ela me falou que estavam idênticos às varinhas mágicas do filme. Nesse mesmo período, em comemoração aos 20 anos da saga, o cinema exibiu um dos filmes de Harry Potter e eu aproveitei a chance para testar se o empreendimento poderia dar certo. Coloquei cerca de 20 varinhas na mochila, fui para o cinema e vendi todas”, disse.
A expansão das vendas ocorreu com a presença de Kelline em feiras de artesanato e empreendedorismo. Além do Piauí, ela relata que já exibiu seus trabalhos em eventos no Maranhão e no Ceará.
J.K. ROWLING E TRANSFOBIA
Apesar de ser encantada pelas aventuras do bruxo de Hogwarts, a socióloga não esconde sua decepção com a britânica J.K Rowling, autora da saga.
Em 2020, a escritora escreveu comentários considerados transfóbicos no Twitter. Ao usar o termo “pessoas que menstruam”, muitos fãs acreditam que Rowling ignorou a existência de mulheres transgênero.
Como fã de Harry Potter e integrante da comunidade LGBTQIAPN+, Kelline se posicionou sobre esta situação. Para ela, é contraditório a autora se posicionar dessa maneira após escrever uma saga de livros baseada em amor e cumplicidade.
“Eu já não reconheço mais J.K. Rowling como escritora desses livros e toda a comunidade rejeita os posicionamentos dela. Ela se tornou uma pessoa muito desagradável à população LGBT+.Faço varinhas, pois dou uma fã apaixonadíssima de Harry Potter. Para mim, ele veio das estrelas e me sinto abençoada por proporcionar essa experiência às pessoas que amam esse personagem”, pontuou.
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