
O Dia Nacional do Escritor, celebrado nesta terça-feira (25), oferece reflexões sobre a literatura piauiense. A produção literária do estado já contou com grandes nomes como H. Dobal e Da Costa e Silva, mas é atualmente negligenciada entre leitores, escolas, vestibulares e concursos públicos.
A acadêmica de Jornalismo Nayara Fernandes faz parte da geração mais recente de escritores do Piauí. Autora do livro “Asas de Pedra”, lançado em 2017, costuma compor poemas que abordam a complexidade dos sentimentos humanos.
“Gosto de escrever sobre o ser humano, suas angústias, medos, inseguranças e todo o universo que escondemos”, conta a estudante.
A Constituição Estadual de 1989, em seu artigo 226, determina a obrigatoriedade do ensino da literatura piauiense nas escolas, conforme lembra o presidente da Academia Piauiense de Letras (APL), Zózimo Tavares.
“Há várias leis estaduais que ratificam o que está previsto na Constituição: uma promulgada em 2005; outra, de 2014, diz que um terço dos livros paradidáticos adotados na rede de ensino devem ser de autores do Piauí; e, mais recentemente, em 2019, outra determina que os concursos exijam conhecimentos regionais em suas provas”, elenca.

Para o escritor Cinéas Santos, os livros publicados no estado não são trabalhados nesses espaços porque não há interesse da população em lê-los e debatê-los.
“Só é possível mudar a realidade de uma sociedade se investirmos em cultura. Infelizmente, no Brasil, ela é apenas um adereço. A literatura é a melhor tradução da alma de um povo; onde não está presente, não se conhece a história”, aponta.