A defesa de Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, acusado de estuprar e matar a estudante de jornalismo, Janaína Bezerra da Silva, de 22 anos, no dia 28 de janeiro, em uma sala da Universidade Federal do Piauí, pediu o adiamento do julgamento previsto para acontecer na manhã desta quinta-feira (17), no Fórum Criminal de Teresina.

O Tribunal de Justiça do Piauí ainda não se pronunciou se irá acatar. Segundo a representante dos assistentes de acusação, Florence Rosa, o adiamento não foi deferido pelo juiz, e se trata de uma manobra da defesa.

“Eles pediram o adiamento do júri com base em um documento que juntamos no último dia do prazo legal para a ciência da outra parte. Eles pediram esse adiamento alegando que juntamos um laudo, na verdade, juntamos um parecer médico com base em provas que já constam no processo. Não são provas novas. Por essa razão entendemos que é uma manobra da defesa”, esclarece a advogada.

Com isso, a acusação alega que em casos como esse, o natural é que haja um desentranhamento do parecer, ou seja, o laudo alegado seja retirado das provas, ao invés de adiar a audiência.

“Não temos a intenção de que ocorra esse adiamento, por isso concordamos no desentranhamento para que o júri não seja adiado. Com isso, não existe adiamento no processo, o júri está mantido sem alteração alguma”, afirma Florence Rosa, que diz que um adiamento é prejudicial ao caso.

A sessão, que acontece pelo Tribunal do Júri, foi marcada para 08h30. A juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, presidirá o julgamento.

Crimes a serem julgados

Thiago Mayson foi denunciado por homicídio com duas qualificadoras: meio cruel e feminicídio; e outros três crimes: estupro de vulnerável, fraude processual e vilipêndio de cadáver. Thiago segue preso na Cadeia Pública de Altos desde o flagrante, no dia do crime.

A denúncia do Ministério Público teve como base o inquérito da Polícia Civil presidido pela delegada Natália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). O documento recebido pelo MP tem 42 páginas, descrevendo o homicídio duplamente qualificado da estudante.

Dois pontos foram considerados agravantes: emprego de meio cruel (Janaína morreu em decorrência de uma asfixia em que teve o pescoço quebrado) e por feminicídio (considerando a condição de mulher da vítima).

O MP afirma que caso o réu seja considerado culpado, a soma das penas máximas pelos quatro crimes podem chegar a 50 anos.

Entenda o caso

Uma estudante de Jornalismo morreu após ser encontrada desacordada dentro da Universidade Federal do Piauí (UFPI), campus Teresina, na manhã  do sábado, 28 de janeiro de 2023. Segundo apurou o Portal ClubeNews, a vítima tinha sinais de violência pelo corpo.

O Diretório Central dos Estudantes da UFPI (DCE UFPI) emitiu uma nota afirmando que a “estudante de Jornalismo da UFPI foi encontrada desacordada por um profissional da instituição e, logo em seguida, encaminhada para o hospital. A ocorrência foi feita dentro do Centro onde fica o DCE”.

O centro onde está localizado a sede do DCE é o Centro de Ciências da Natureza, próximo a uma das saídas da UFPI que dá acesso ao bairro Ininga, na zona Leste. Na sexta (27), uma calourada (festa universitária) aconteceu no local.

A estudante, que teria ingressado na UFPI no ano de 2020, chegou a ser encaminhada ao Hospital da Primavera, na zona Norte de Teresina, mas ela já estaria sem vida.

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