“Eu depositei de início R$ 10,00, que a plataforma permite você depositar. Eu acho que é um valor baixo e comecei a jogar. Nas primeiras tentativas não ganhei nada. Fui jogando, jogando, jogando, e o único valor que ganhei foi R$ 2,00”, diz a vítima que caiu no golpe das plataformas de apostas onlines, conhecidos como “joguinhos”.

Os jogos online – amplamente divulgados nas redes sociais, inclusive por “influencers digitais” – precisam de atenção dos participantes, pois eles geram dependência e podem ser armadilhas para que as pessoas perdam até mesmo todo o salário.

Para a psicóloga, Sileli Santiago, outro fator que deve ser observado é o nível de dependência nos cassinos online.

“É perigoso sim! E quando você está nesse nível de dependência, você pode deixar de fazer outras coisas, como prejuízo sociais, deixando de interagir com amigos e familiares. Pode ter um prejuízo profissional, já que a pessoa vai ficar muito tempo diante dos jogos e vai deixar de produzir. Já acompanhei, inclusive, demissões por conta disso”, destacou a psicóloga.

Como funciona as apostas

O programador Bondim Júnior explica que existe um mecanismo de retorno imediato para pequenas apostas e que isso instiga a vítima a sempre investir mais alto. Só que uma hora, o jogo inverte e a pessoa começa a perder dinheiro.

“O jogo é programado para você começar apostando valores pequenos e ter retornos. Mas à medida que seu cérebro vai liberando endorfina, você vai ficando satisfeito com o resultado, vai aumentando as apostas. Só que chega uma hora que ele vai puxar de volta os valores que ele te deu. Você vai ficar frustrado e vai querer apostar mais para recuperar, achando que vai ter um grande retorno”, explica o profissional de tecnologia.

Mesmo em um simples jogo de celular, é sempre importante que o usuário tenha atenção nos termos de uso do aplicativo. Sobre isso, o advogado Pedro Gustavo pontua: “quando se baixa o aplicativo e vai fazer o cadastro, eu assino o termo de uso; ele é um contrato válido como qualquer outro”.

“O termo de uso segue as normas brasileiras, ou seja, não podem ter aquelas letras pequenas, tem que ter uma linguagem simples e acessível; e as cláusulas, que por ventura são consideradas nulas e abusivas, serão nulas de pleno direito”, pontou advogado