Isadora Cavalcante
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O Júri Popular do Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de estuprar e matar a estudante Janaína Bezerra em uma sala da Universidade Federal do Piauí (UFPI), pode ser anulado. A informação foi confirmada ao Portal ClubeNews pela advogada da família da vítima, Jéssica Lima.
Para a assistência de acusação, os jurados não entenderam uma “quesitação específica”, que significa a pergunta que o juiz que preside a sessão faz aos jurados. Essa confusão de entendimento gerou uma brecha na pena menor de condenação do acusado.
“Houve uma brecha para a condenação em homicídio culposo, e não em homicídio qualificado. Ainda em plenária, questionamos a ausência de explicação, conforme disposto no art. 484, parágrafo único do Código de Processo Penal (CPP). Somado isso a contradição da sentença com as provas em autos. Então, apelaremos”, explicou a advogada, membra da Advocacia Popular Piauiense (APP).
Conforme o Tribunal de Justiça, o prazo para a apelação é de cinco dias após o Júri Popular. Até lá, ambas as partes, advogados de acusação e defesa podem recorrer.
“A sociedade está indignada. O julgamento faz o povo refletir sobre como se comportam com outras mulheres. Acreditamos que a pena é importante e, por isso, lutaremos até o fim. Estamos trabalhando em comunhão com o Ministério Público”, completou a advogada Jéssica Lima ao Portal ClubeNews.
Condenação
Thiago Mayson da Silva Barbosa foi condenado a 18 anos e seis de prisão pela morte da estudante Janaína Bezerra. O júri popular iniciou na manhã de sexta-feira (29) e finalizou na madrugada de sábado (30), após dois adiamentos.
Thiago Mayson foi condenado pelos crimes de homicídio culposo, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver (já que ele estuprou a vítima depois de morta) e fraude processual (por interferir nas provas).
A qualificadora do feminicídio foi desqualificada. Por isso, a pena foi menor. Esperava-se pena superior a 40 anos.
Mãe fez desabafo
“Eu não estava esperando. Fiquei indignada, quando falaram 18 anos. Ele agrediu a minha filha até a morte. Minha filha veio com o olho sangrando. Como é que ele pega 18 anos (de prisão?). Eu nunca vi isso na minha vida, um crime desses, e um ‘vagabundo’ desses, pegar só 18 anos”, desabafa a mãe.
Estagiária sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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