Isadora Cavalcante
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A chamada Lista Suja do trabalho escravo publicada na quinta-feira (5) pelo Ministério do Trabalho e Emprego incluiu número recorde de empregadores que submeteram trabalhadores a condições semelhantes à escravidão. O Piauí se classifica em 5° lugar, com 14 novos casos de trabalho análogo a escravidão.
As unidades federativas que lideram o ranking são: Minas Gerais (37), São Paulo (32), Pará (17) e Bahia (14). Já a maioria dos casos são de setores da produção de carvão vegetal (23), seguido por criação bovina (22), serviços domésticos (19), cultivo de café (12) e extração e britamento de pedras (11).
A Lista Suja mostra que os 473 empregadores submeteram, ao todo, 3.773 trabalhadores a condições análogas à escravidão. Já o total de pessoas resgatadas nessas condições pela Inspeção do Trabalho no Brasil, desde 1995, chega a mais de 61 mil pessoas, segundo o site do ministério.
Relembre: trabalho análogo à escravidão em Teresina
No dia 23 de maio de 2023, Janaína Alves Ferreira, de 27 anos, foi resgatada após passar 15 anos mantida em cárcere privado e em situação análoga à escravidão em uma casa na zona Sul de Teresina. A mulher vivia na residência desde os 12 anos quando deixou o interior do Maranhão com o sonho de ter “uma vida melhor” na capital piauiense.
Ao Portal ClubeNews, em menos de 24 horas após reencontrar a liberdade e os braços da mãe, Janaína relembrou os momentos de uma vivência assustadora na casa de uma família que a prometeu estudos e um bom lugar para morar.
A vítima esqueceu tanto de si que não recordava mais a própria idade, pois acreditava ter apenas 23 anos. Ela não recorda a data do nascimento e conta que nunca estudou na vida. Não aprendeu a ler nem a escrever. “Estou precisando de trabalho, dinheiro e começar a estudar. Consigo agora ter um sonho. Estou mais aliviada”, diz.
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