O casal Arthur Carvalho e Victor Chaves receberam medida cautelar contra o suspeito de agredi-los em um bar na cidade de Parnaíba. A Polícia Civil do Piauí investiga os crimes de lesão corporal de natureza grave e homofobia.
Moises Martins, que cursa Medicina na mesma faculdade de uma das vítimas, por determinação judicial, está proibido de se aproximar dos ofendidos, mantendo uma distância mínima de 300 metros.
O receio de frequentar as aulas na mesma instituição que o agressor também é uma preocupação presente do casal.
A decisão judicial também proíbe o investigado de contato com os ofendidos, familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação, inclusive de terceiros ou de redes sociais.
O Portal ClubeNews apurou que Moises já foi intimado e está ciente da medida cautelar, expedida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba.
O casal tem receio de sair de casa desde a agressão, que aconteceu no dia 30 de setembro de 2023. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que Arthur Carvalho foi agredido pelo estudante de Medicina, Moisés Martins. Veja acima.
“Só Deus sabe quando vamos sair de casa. As coisas não funcionam de forma inversa: quem agride segue solto na rua, na festa. Quem é agredido segue em casa com medo do pior”, disse Victor Chaves.
O DIA DA AGRESSÃO
Victor Chaves, estudante de Medicina, e namorado de Arthur Carvalho estavam em uma confratenização em um pub, quando encontraram uma mulher que conheceram um dia antes da agressão. Após ela passar algum tempo na mesa do casal, o namorado dela se irritou e iniciou uma discussão.
Os seguranças do estabelecimento interviram e solicitaram que o agressor e sua companheira deixassem o local. Arthur, namorado de Victor, decidiu fumar um cigarro na área externa do bar, pois estaria muito nervoso pela situação.
Nas imagens da câmera de segurança é possível ver que Arthur é agredido de surpresa, leva um soco no rosto, cai e permanece no chão, desorientado. Os seguranças do local, agem para conter o agressor. Arthur teve uma fratura no cotovelo, com estiramento no tendão, que o afastou do trabalho por 60 dias.
NEGA HOMOFOBIA
O delegado responsável pela investigação, Ayslan Magalhães, contou que seis testemunhas do caso já foram ouvidas, além das vítimas e do agressor. O delegado informou que o estudante de Medicina confessou a agressão física, mas negou as ofensas homofóbicas ao casal.
A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito. “Já ouvimos testemunhas e algumas confirmam as ofensas e estamos analisando os vídeos do estabelecimento. Vamos aguardar os 30 dias, o qual é o prazo da conclusão do inquérito, tendo em vista que o autor responde em liberdade”, disse Ayslan.
O espaço está aberto para a defesa do suspeito. “O estudante de medicina foi ouvido e negou a homofobia, negou que tenha utilizado qualquer termo pejorativo, mas confirmou a lesão praticada. O testemunho dele durou uma hora”, contou o delegado.