O Piauí foi o terceiro estado mais afetado por incêndios no Brasil. Em setembro de 2023, destacou-se entre as regiões com os maiores índices de queimadas, que devastaram mais de 500 mil hectares, equivalentes a cerca de 500 mil campos de futebol. Os municípios mais impactados incluem Baixa Grande do Ribeiro, Uruçuí, Santa Filomena e Ribeiro Gonçalves.

Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas, relata que os diferentes tipos de vegetação nativa e as áreas agropecuárias foram as mais prejudicadas pelo fogo. Em 2023, houve uma redução significativa de 33% nos casos de queimadas em áreas agropecuárias em comparação com 2022.

“Continua sendo a vegetação nativa o tipo mais afetado pelos incêndios no Brasil, representando cerca de 66% do total queimado. As áreas agropecuárias, especialmente as de pastagens, também tiveram uma parcela significativa das queimadas. O que mais chama atenção é a diferença na redução entre os tipos de áreas afetadas: enquanto os incêndios florestais em vegetação nativa reduziram em 12%, as áreas agropecuárias tiveram uma redução de 33%”, explica.

Segundo a coordenadora, a alta incidência de queimadas em quatro municípios mantém o Piauí entre os 10 estados com mais registros de incêndios no país. As principais causas que deixam essas regiões vulneráveis são o desmatamento e os efeitos da seca.

“O Piauí, especialmente nas regiões de Baixa Grande do Ribeiro, Uruçuí, Santa Filomena e Ribeiro Gonçalves, são os municípios que colocam o estado entre os mais afetados pelos incêndios no país. O fogo está diretamente relacionado ao aumento do desmatamento, que tem ocorrido em taxas elevadas, e também aos efeitos da seca, que têm aumentado a área de vegetação nativa afetada pelo fogo nos últimos meses”, destaca.

Uma análise do MapBiomas divulgada em agosto de 2023 já havia apontado um aceleramento na perda de vegetação nativa no país ao longo da última década. Nos últimos cinco anos (2018-2022), a perda dessas áreas alcançou 12,8 milhões de hectares.