Isadora Cavalcante
isadora.cavalcante@tvclube.com
O entregador teresinense Allan Santos da Silva, de 24 anos, foi preso por engano, no último sábado (20), após ser confundido com um homem, de mesmo nome, que possui mandado de prisão em aberto no estado do Espírito Santo. A prisão aconteceu no povoado Boa Hora, zona rural de Teresina, quando o jovem foi abordado pelos policiais.
“Eu estava na porta de um estabelecimento em Boa Hora quando em torno de oito a dez viaturas chegaram e mandaram todos os homens saírem, puxando meu nome Tinha um mandado de prisão de outro estado, e eu fui preso e levado para a Central de Flagrantes”, disse Allan ao Portal ClubeNews.
O mandado de prisão pertence a outro homem, cujo nome completo e nome da mãe no documento de registro (RG) é igual ao do teresinense. Entretanto, o verdadeiro réu do processo reside no estado do Espírito Santo e possui 42 anos. Além disso, a fisionomia, filiação paterna e números de documentos que constam no mandado de prisão são diferentes entre os dois homens.
Allan Santos chegou a ficar três dias presos e teve o cabelo raspado. Ele também denuncia que não conseguiu fazer contato imediato com a mãe ou familiares, que queriam entender o motivo da prisão e ajudá-lo.
“Minha mãe foi informada que fui preso, mas o delegado não deixou ela me ver e nem levar mantimentos, comida, nada para mim. Minha mãe chorou lá na frente e mesmo assim não receberam ela. Eu sou trabalhador, tenho um filho de 3 anos, não merecia isso”, contou o teresinense Allan Santos.

DEFENSORIA PÚBLICA
Somente após a intervenção do defensor público do Piauí, Juliano Leonel, que acompanhou a audiência de custódia, que Allan foi solto. Para Leonel, a Polícia Militar não verificou detalhes como números de documento do mandado e os apresentados pelo rapaz.
O alvará de soltura foi assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, coordenador da Central de Inquéritos de Teresina. “É patente o engano, uma vez que flagrantemente se tratam de homônimos [pessoas com o mesmo nome e sobrenome], caso em que o cumprimento do mandado nem sequer deveria ter sido homologado. Resta evidente discrepância entre os indivíduos”, avaliou o juiz.
Em liberdade, Allan Santos afirma que pretende processar o Estado pelo erro cometido. “Eu quero que a justiça seja feita, porque os dias que passei sendo humilhado, sendo chamado de ladrão, vagabundo, nossa foi a pior sensação da minha vida. Porque eu trabalho de bicicleta sendo entregador, não sou bandido. Hoje eu não sou mais aquela mesma pessoa, foi um sofrimento muito grande”, disse o entregador.
SSP-PI
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
A equipe da Secretaria de Justiça (Sejus) relatou que só poderá responder sobre o caso na segunda-feira (29).
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) também foi procurado, mas até a publicação dessa matéria, não retornou ao pedido de informações.
O espaço continua aberto para eventuais esclarecimentos sobre a situação envolvendo Allan.
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