21 de agosto de 2025

Agricultor confundido com estuprador responde por homicídio e ocultação de cadáver

Mayrla Torres

Repórter
Publicado em 14/05/2024 14:50

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Preso por engano (Foto: Divulgação)

O agricultor Raimundo Alves de Almeida, de 59 anos, preso na quinta-feira (09), na cidade de Sussuapara (PI), após ser confundido com um condenado por estupro em São Paulo, responde pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver no Ceará.

A informação foi confirmada pelo delegado Alexandre de Alcântara, da Delegacia de Combate às Facções Criminosas, Homicídios e Tráfico de Drogas (DFHT), de Picos.

A prisão de Raimundo aconteceu na quinta-feira (9), na localidade Lagoa do Negro, em Sussuapara. O agricultor preso tem o mesmo nome, sobrenome e, além disso, tem o mesmo nome da mãe do verdadeiro autor do crime de estupro.

Na sexta-feira (10), Maria Zildene Santos, filha do agricultor, divulgou o erro nas redes sociais e pedia justiça pelo pai, que, segundo ela, era analfabeto e nunca teria ido para o estado de São Paulo.

“Policiais vieram na casa do meu pai com mandado de prisão, acusando meu pai de ter cometido estrupo em São Paulo, sendo que meu pai nunca sequer na vida dele foi em São Paulo e está nítido que ele não cometeu esse crime, tanto nos documentos que não está batendo com o do homem que cometeu esse crime, quanto nas acusações”, contou.

Prisão 

A Delegacia de Picos informou a equipe policial já tinha a informação do processo Raimundo Alves de Almeida sobre os crimes de homicídio e ocultação de cadáver. O agricultor, inclusive, já estava sendo monitorado pelo Ministério Público do Estado do Ceará.

“Quando nós recebemos esse novo mandado de prisão (de estupro), nós conferimos que eram os dados desse indivíduo, que já havia sido monitorado nessa questão do homicídio”, contou o delegado.

Todos os mandados de prisão expedidos no Brasil são cadastrados no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). O delegado Alexandre explica que “em São Paulo, existem dois ‘modelos’ de mandado de prisão. O modelo específico trazia os dados da pessoa que realmente respondeu ao processo (de estupro). Ocorre que, ao cadastrarem no BNMP, o mandado passou a constar os dados deste Raimundo que foi conduzido”.

Soltura

Três dias após a prisão de Raimundo Alves, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus a pedido do advogado de defesa, reconhecendo que, apesar do mesmo nome, os dados – como CPF e nome do pai – são diferentes.

O agricultor ainda é investigado no Ceará, mas teve o mandado de prisão inicial revogado após comprovado nos autos que o mesmo estava com domicílio fixo no Piauí. Raimundo Alves responderá em liberdade e ainda deverá ser julgado.


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