21 de dezembro de 2025

Feminicídio: 15 mulheres foram mortas nos primeiros cinco meses de 2024

Atualizado em 30/05/2024 23:00

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O Piauí é um dos estados com maiores recorrências de feminicídio. Em 2024, por exemplo, 15 mulheres foram vítimas nos primeiros cinco meses do ano.

O número é um alerta para o Secretaria de Segurança Pública (SSP), visto que, em 2023, a realidade não foi nem um pouco diferente e 28 mulheres tiveram a vida ceifada por seus respectivos ou ex-parceiros.

Na segunda (27), o estado comemorou a data alusiva ao Combate Estadual ao Feminicídio. A delegada Eugênia Villa estuda a natureza esse crime há 09 anos, trançando o perfil dos agressores, e explica que cada região representa uma realidade, mas os casos são consequências de machismo estrutural e do sentimento de posse, em sua maioria.

“É preciso estudarmos a taxa, a quantidade de habitantes e o dia do feminicídio, para refletirmos sobre as políticas adotadas no Piauí, como elas estão tendo eficácia, alcance, e de que modo podemos prevenir mais casos de feminicídio, ou seja, territorializando, estudando o ponto em que ele ocorre, talvez nós conseguimos entender o fenômeno”, inicia.

De acordo a especialista, o estado tem algumas regiões com maiores incidências de ocorrência. “Temos o Vale do Itaim, que é uma região de divisa com Pernambuco, em que temos 75% do Vale do Itaim já ocorreu pelo menos um caso, com proeminência em Paulistana. Em segundo a planície litorânea. Em termos absolutos, nesses nove anos de pesquisa, Teresina; segundo lugar Parnaíba”, diz.

Para ela, os crimes são potencializados pela masculinidade do homem, caracterizada pelo controle exercido sob às vítimas. Quando os agressores perdem esse “poder”, é como se eles perdessem a potência da dominação, de não serem mais homens, colocando-se em uma posição de inferioridade. “Isso é muito forte. Quando um homem mata uma mulher, ele estava resignado com perda do controle daquela mulher”, enfatiza.

A delegada destaca que há necessidade de entender a mente dos agressores, voltando os olhos para eles de modo mais pedagógico, com um o olhar de análise.

“é preciso voltar os olhos para o agressor, para a ameaça, porque muitas vezes nós conversamos muito com a mulher, é sempre a mulher, protegemos a mulher, é preciso proteger a mulher, mas chegou a hora de virar essa chave, é preciso compreender a mente do assassino”, pondera.


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