
As denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acendem o sinal de alerta para as relações de trabalho. A superintendente de Gestão e Risco da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), delegada Eugênia Villa, identificou a situação como violência institucional.
Em entrevista à TV Clube, na manhã deste sábado (7), a delegada destacou que as condutas ilícitas no ambiente de trabalho se tornaram recorrentes e o poder de reação das vítimas é suprimido pela influência do agressor no ambiente da empresa ou órgão.
“A relação da ministra com o ministro é diferente, porque não há uma relação de subordinação. O que há é uma nova violência, que sequer está tipificada. Estamos diante de um novo cenário. Veja a audácia do ministro em enfrentar uma ministra como a Anielle Franco. Isso é violência institucional”, afirmou.
As denúncias contra o ex-ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles, na tarde de quinta-feira (5), e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.
Caracterização do assédio
Segundo a delegada, o assédio institucional é caracterizado por uma ascendência de poder em detrimento de outros cargos. Por necessidade, o subordinado se submete a situações constrangedoras para se manter na função e, assim, não perder o emprego.
“É quando um homem ou uma mulher tem uma ascendência em relação a ti nas relações institucionais. É o teu chefe imediato. O teu emprego depende dessa relação de trabalho e ele se utiliza desse poder para praticar assédio, que pode ser moral e sexual. Eles contam com o nosso silêncio”, explicou.
Denúncia
Eugênia Villa lembrou que as vítimas de casos relacionados ao assédio institucional podem recorrer a canais diversos para denunciar os casos. O sigilo da vítima também é garantido.
“Vocês podem procurar instâncias não governamentais, mas também a polícia. Quando você não se sentir segura em relação ao Estado, você pode procurar os órgãos não governamentais”, concluiu.
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