O Secretário de Segurança do Piauí, Chico Lucas, declarou em suas redes sociais, nesta segunda-feira (13), que houve um erro no caso da perícia dos cajus, supostamente envenenados em Parnaíba, e que levou a prisão de Lucélia Maria, vizinha das crianças mortas por envenenamento em agosto de 2024.
O laudo da Polícia Científica do Piauí, liberado na quinta-feira (09), cinco meses após o ocorrido, apontou que não havia presença de veneno nos cajus dados pela idosa aos irmãos.
“Eu como representante do sistema, assumo esse erro, mas o delegado, a delegada, o promotor eles fizeram tudo que estava ao alcance deles”, disse em publicação.
Chico Lucas reconheceu a morosidade do Estado e explicou que quando assumiu a Secretaria de Segurança Pública, o Piauí enfrentava o desafio da ausência de um laboratório de toxicologia e que em 2024, foi inaugurado este laboratório, e o caso dos cajus, em Parnaíba, foi o primeiro a contar com exames realizados localmente.
No entanto, a análise exigia reagentes químicos importados, que só chegaram em dezembro, o que prolongou o processo pericial.
“A prova técnica que libertou Lucélia Maria foi produzida pela Polícia Civil, reforçando nosso compromisso com a verdade e o devido processo legal, mesmo diante de possíveis erros. A investigação policial não é leviana, mas conduzida com responsabilidade e ética”, afirmou o secretário.
Chico Lucas defendeu o direito de defesa e afirmou confiar no sistema de justiça para tratar todos com legalidade. “Vamos continuar trabalhando por uma segurança pública técnica, eficiente e comprometida com a verdade”, finalizou.
MULHER SOLTA
Lucélia Maria foi solta no começo da noite desta segunda-feira (13), após revogação da prisão solicitada pelo Ministério Público.
Ela estava presa desde o dia 23 de agosto de 2024, pelas mortes de João Miguel Silva, de 7 anos, e Wlices Gabriel Silva, de 8 anos.
Lucélia sempre negou o crime e chegou a ter a casa incendiada por populares, após a suspeita. Agora, a investigação do crime foi reaberta e as suspeitas também recaem sobre Francisco de Assis da Costa, suspeito de envenenar arroz com terbufos, que matou quatro pessoas da mesma família, mãe e irmãos de João Miguel e Wlices.
“Faltou profundidade nas investigações, provas contundentes para manter prisão dela”, disse Sammai Cavalcante, advogado de defesa de Lucélia.
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