A Ponte Leonel Brizola, conhecida como “Ponte do Mocambinho”, localizada na zona Norte de Teresina, precisa de manutenção. Embora sua estrutura não apresente riscos graves, o principal problema está na passarela, onde o desnível aumenta o risco de acidentes para pedestres.

A informação foi divulgada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) após uma fiscalização no local. Em entrevista à TV Clube, o engenheiro Cleitmã Oliveira explicou a situação da ponte.

“A ponte, estruturalmente, não apresenta risco de ruptura; que fique claro. A questão do tráfego de veículos é minimizada pela laje de transição, que já é projetada para reduzir o desconforto. No entanto, na passarela, é necessário reconstruir a laje de acesso e recompor o aterro que, possivelmente, se movimentou.”

O presidente da Associação dos Moradores do Mocambinho, Wellington Brasil, afirmou que a população está preocupada com a situação.

“É uma preocupação intensa, porque somos cobrados diariamente pelos moradores do bairro e das regiões próximas. Já vimos casos de pontes desabando, como a que caiu entre o Maranhão e o Tocantins. Por isso, estamos cobrando as autoridades antes que um desastre aconteça aqui também.”

Wellington ressaltou que não tem formação na área da construção civil, mas percebe mudanças na estrutura da ponte ao passar por ela frequentemente. “O espaço entre as placas de concreto antes era de um dedo, mas agora algumas partes já apresentam um vão de até quatro dedos. Além disso, a cabeceira está afundando.”

O jardineiro Orleans Bragança também relatou problemas na passarela e contou que já sofreu um acidente ao atravessar a ponte. “Eu e meu irmão já caímos de skate por causa dos buracos e do desnível. Já vi outras pessoas tropeçarem enquanto passavam.”

CREA-PI FAZ FISCALIZAÇÃO

Com o uso de drone, equipamento que captura imagens aéreas, integrantes da Comissão de Grandes Estruturas do Crea-PI inspecionaram a estrutura da ponte na quinta-feira (06).

O engenheiro civil do Crea, Cleitmã Oliveira, explicou que a ponte possui dois aterros de acesso e, devido a isso, ocorre um fenômeno chamado adensamento de longo prazo, que provoca a diminuição do volume do aterro.

O engenheiro destacou que há duas situações distintas. Uma delas envolve a pista de rolamento, que conta com uma laje de transição, elemento de acabamento projetado para evitar a formação de um desnível acentuado (“batente”) e proporcionar mais conforto no tráfego.

Já no caso das passarelas, como não há necessidade técnica de instalar uma laje de proteção, o concreto tende a se acomodar com o tempo, o que resulta nos desníveis observados na estrutura.