A pré-eclâmpsia é uma das complicações mais perigosas durante a gravidez. Caracterizada pela pressão arterial elevada na gestante, é a principal causa de morte materna no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Mesmo quando não leva à morte da mãe, a condição pode provocar sérias complicações, como parto prematuro e óbito do recém-nascido.
A enfermeira Gilmara Gomes está grávida pela terceira vez, após perder os dois primeiros filhos em decorrência da pré-eclâmpsia, condição que comprometeu o desenvolvimento adequado dos bebês. Em entrevista à TV Clube, ela relatou como foi enfrentar essa experiência dolorosa e os cuidados que tem tomado nesta nova gestação.
Agora, Gilmara está no oitavo mês de gestação e vem sendo acompanhada de perto por uma equipe médica. Ela toma 12 medicamentos ao longo do dia, incluindo a suplementação de cálcio, que é uma recomendação do Ministério da Saúde para todas as gestantes atendidas na Atenção Primária do país.
“Fizeram todos os meus exames e viram que ele estava centralizado, que é quando o bebê já está em alto sofrimento fetal e é preciso retirar imediatamente a criança. Minha pressão [arterial sistólica] chegou a 22 e eles [equipe médica] não sabiam o que fazer. Foi quando realmente tiveram que tirar. Ele nasceu e eu tive esse diagnóstico de pré-eclâmpsia altamente grave. Seis meses depois veio a Maria Eloá. Ela foi a luz da minha vida, veio com 28 semanas, 706 gramas. Tive a mesma coisa, pré-eclâmpsia grave, meio mundo de coisas. Meus órgãos começaram a falhar”, disse.
A médica obstetra Ana Maria Coelho Holanda ressaltou que um bom acompanhamento pré-natal é essencial para prevenir a pré-eclâmpsia. Ela alertou que as gestantes devem estar atentas aos fatores de risco.
“Os principais fatores de risco para a pré-eclâmpsia são: já ter tido a condição em uma gestação anterior, ser hipertensa crônica, diabética, portadora de lúpus, ter realizado fertilização in vitro e, um fator considerado de alto risco e frequentemente negligenciado no Brasil, a obesidade”, destacou.