
A denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI) revelou que Natanael Ribeiro de Moraes, suspeito de abusar sexualmente de pelo menos 12 jovens e adolescentes, buscava manter uma relação de ‘pai e filho’ para ter mais intimidade com as vítimas.
No documento, uma das vítimas relata que o denunciado, quando lhe tocou, apelou para histórias bíblicas sobre “pai espiritual”, afirmando que ela deveria ser intima do Natanael; assim como “Adão era de Deus”.
Outra vítima relatou que Natanael, utilizando da linguagem de “pai e filho”, a chamou para tomar banho juntos. O pedido foi negado.
Dentro do ambiente esportivo, também foi relatado que o denunciado cobrava um tratamento de pai e filho, para que os jogadores o chamassem de pai.
Conforme a promotoria, Natanael desencorajava relacionamentos amorosos das vítimas, a fim de “manter o controle” sobre elas. Uma das vítimas contou, na denúncia, que chegou a ser proibida de manter relação com uma terceira pessoa.
Na denúncia, consta também que durante a pandemia, nos anos de 2020 e 2021, Natanael exigia que uma das vítimas se masturbasse em chamadas de vídeo, sob o pretexto que os atos iriam “destravar” muitas coisas na igreja e na vida pessoal.
As denúncias também contam que o treinador exigia a realização de chamadas de vídeo; nelas as vítimas deveriam aparecer nuas; além disso, em alguns casos, elas deveriam se masturbar, sob o argumento de que “aquilo seria necessário para vencer o pecado da pornografia”.
Conforme o MPPI, Natanael pediu fotos apenas de cueca de pelo menos três vítimas para que ele realizasse “avaliações físicas”.
O espaço está aberto para a defesa do denunciado.
Denúncia
O treinador de futebol foi denunciado à Justiça. Atualmente recolhido na penitenciária mista de Parnaíba (PI), ele está preso desde 12 de maio deste ano.
Todas as vítimas eram homens, a maioria sendo menores de idade. Segundo a denúncia, os abusos de Natan acontecem desde 2014, e se estenderam até pelo menos o ano de 2023, tanto no ambiente do futebol, no qual era treinador de categoria de base, quanto no ambiente religioso, no qual era líder de uma célula de uma igreja evangélica local.
Na denúncia do Ministério Público do Estado, assinado pelo Promotor de Justiça Rômulo Paulo Cordão, consta que o treinador aliciava as vítimas a aceitarem os abusos, sob o pretexto de que os ajudaria a “crescer no futebol” ou alcançar posições elevadas dentro da igreja.
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