7 de junho de 2025

Tatiana pesquisou passagens, fez compras online e falou por vídeo com namorado durante prisão, aponta PF

As ligações com o namorado aconteceram nos dias 7, 9 e 13 de maio, mesmo período em que ambos se encontravam custodiados em unidades prisionais diferentes.

Mayrla Torres

Repórter
Publicado há 2 dias

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Vídeo chamadas de Tatiana com Alandilson (Foto: PF)

Um relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) revelou que a vereadora Tatiana Medeiros teria feito mais de 1.500 ligações, entre os dias 7 de abril a 20 de maio, quando esteve presa no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar.

Um tablet e um aparelho celular foram encontrados com a vereadora dentro da Sala de Estado Maior, três dias após a sua prisão. Na época, Tatiana alegou que os aparelhos foram levados por um dos seus advogados, porém a mãe da vereadora assumiu a responsabilidade.

Entre os diálogos, a PF revelou a existência de três chamadas de vídeos entre a vereadora e o companheiro dela, Alandilson Cardoso Passos, que está preso em Minas Gerais, apontado como líder da facção criminosa Bonde dos 40. Os dados foram extraídos do iPhone 16 Pro Max utilizado por Tatiana.

As ligações com o namorado aconteceram nos dias 7, 9 e 13 de maio, mesmo período em que ambos se encontravam custodiados em unidades prisionais diferentes.

A vereadora Tatiana Medeiros foi presa desde o dia 3 de abril, acusada da prática de crimes eleitorais e suposta ligação com facções criminosas em Teresina. Após 60 dias presa, a Justiça concedeu prisão domiciliar para a parlamentar, que deve continuar afastada do mandato e com o uso de tornozeleira eletrônica, dentre outras medidas cautelares.

COMPRAS ONLINE

Além das chamadas, o relatório mostra que Tatiana realizou compras online em supermercados. Em 13 de abril, ela fez um pedido no valor de R$ 549,50 no site do Pão de Açúcar. Também foram identificadas imagens de sites especializados em envio de mantimentos para apenados, como o jumbocdp.com.br.

Compras no supermercado (Foto: PF-PI)

PASSAGENS AÉREAS

A parlamentar ainda pesquisou valores de passagens aéreas com saída de Belo Horizonte e destino à capital piauiense, para o dia 27 de maio.

Pesquisa sobre passagens (Foto: PF-PI)

FALOU COM ADVOGADOS E FAMÍLIA

A análise revelou conversas com o advogado e tio, Francisco Antônio de Aguiar Medeiros, sobre temas como a restituição de bens apreendidos, imposto de renda e a assinatura digital de documentos.

Tatiana também trocou mensagens com assessores e familiares, como uma chamada de vídeo de 1 minuto e 17 segundos com Tatiana Santos da Silva, apontada como sua assessora.

Conversa sobre declaração (Foto: PF-PI)

A Polícia Federal utilizou os softwares Cellebrite e IPED para a extração e organização dos dados do aparelho, com base em decisão judicial da 98ª Zona Eleitoral de Teresina que autorizou a quebra do sigilo telefônico e de dados telemáticos.

NOTA DA PM

Nesta quinta-feira (5), a Polícia Militar do Piauí informou, por meio de nota, que, no âmbito do caso envolvendo a vereadora Tatiana Medeiros, “não realiza a custódia de presos civis em ambientes administrativos, a exemplo do Quartel do Comando-Geral, e o faz sob decisão judicial”.

“A corporação agiu de forma diligente ao localizar e apreender os dispositivos eletrônicos encontrados com a vereadora e encaminhá-los à Polícia Federal. O caso segue sob a responsabilidade da Polícia Federal, que conduzirá as investigações e responderá aos questionamentos da imprensa”, finaliza a nota.

NOTA POLÍCIA FEDERAL

A Polícia Federal no Piauí informa que foi concluída a análise do aparelho telefônico encontrado na custódia da investigada na Operação Escudo Eleitoral.

A respectiva informação de polícia judiciária já foi devidamente protocolada no processo judicial eletrônico que trata do caso, nos termos da legislação vigente.

Em cumprimento à decisão judicial de compartilhamento de provas, o material também será encaminhado à Polícia Militar, com a finalidade de subsidiar o procedimento instaurado no âmbito daquela corporação.

PRISÃO DA VEREADORA

A vereadora Tatiana Medeiros está presa desde o dia 3 de abril, acusada da prática de crimes eleitorais e suposta ligação com facções criminosas em Teresina.

No dia 20 de maio, um tablet e um aparelho celular foram encontrados com a vereadora presa Tatiana Medeiros dentro da Sala de Estado Maior, no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar.

Vereadora Tatiana é transferida para o hospital da Polícia Militar em Teresina

Nesta semana, a juíza Junia Feitosa, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, concedeu prisão domiciliar para a vereadora Tatiana Medeiros (PSB).

Na Câmara Municipal de Teresina, O primeiro suplente do PSB, Leondidas Júnior, assumiu o mandato de vereador na Casa.

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