Vitória Medeiros, filha do piloto piauiense Geraldo Medeiros, que conduzia a aeronave que caiu com a cantora Marília Mendonça em novembro de 2021, lamentou nas redes sociais a divisão desigual da indenização de US$ 2 milhões, o equivalente a cerca de R$ 11,1 milhões.

O valor foi repartido entre as famílias das cinco vítimas do acidente: o piloto Geraldo Medeiros, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o tio e assessor de Marília, Abiceli Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Bahia e a própria cantora. No entanto, segundo Vitória, a família de Marília Mendonça ficou com quase metade do montante, aproximadamente US$ 1 milhão.

Em uma publicação do Instagram, a filha do piloto explicou que os outros 50% da indenização foi dividida entre as quatro famílias, que tinham menos recursos financeiros que Marília Mendonça.

“Isso não é justo porque é um seguro por morte, tem que dividir, não é de acordo com outros fatores. Foram cinco vítimas, todas as vítimas valem igual, independente de quem foi na Terra. É uma vida e tem seus dependentes. Na minha casa, o provedor foi embora, que era o meu pai”, pontuou.

A jovem disse ainda que se o valor tivesse sido divido de maneira igualitária, o dinheiro serviria para cobrir as despesas de sua formação em Medicina na Argentina, que foi interrompida. Ela foi contrária ao acordo, até que cedeu após meses de impasse.

“Esse dinheiro ia ajudar muito cada uma das famílias. Eu, por exemplo, deixei de fazer Medicina na Argentina porque estava ficando insustentável, estava muito caro lá por causa do câmbio. Então, eu voltei para o Brasil para tentar fazer [pela universidade] federal, que é gratuita”, destacou.

O que diz a mãe de Marília Mendonça

À Rede Globo, a mãe da cantora, Dona Ruth, e seu advogado negaram que o pedido pela maior parte da indenização tenha partido da defesa da família. Segundo o advogado, a proposta de divisão já foi apresentada pela própria empresa de táxi aéreo e, inclusive, o valor inicialmente destinado ao filho de Marília chegou a ser reduzido para que uma parte fosse repassada à filha do piloto.

Geraldo Martins era natural de Floriano, Sul do Piauí, mas residia em Brasília-DF. Ele deixou a esposa e três filhos. A aeronave que ele pilotava era um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás.

O avião caiu próximo a uma cachoeira na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. Todos os cinco passageiros morreram no local. O caso gerou bastante comoção em todo o país.