A Polícia Civil do Piauí identificou que Lucas Rocha Lima, ex-servidor da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans), utilizava seu próprio login para apagar multas no sistema do órgão. O investigado não foi localizado durante os cumprimentos de mandados da Operação Reset.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (24) ao Portal ClubeNews pelo delegado Ferdinando Martins, da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor). Lucas, que está foragido, atuava na Gerência de Gestão de Trânsito (GGT), setor responsável pelo controle de multas da Strans.
Ele assumiu o comando do setor após a saída do então gerente Daniel Araújo, atual vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP), em maio de 2024, pouco antes do início da auditoria que revelou o esquema.
Segundo as investigações, o esquema era liderado por Bruno Pessoa, então superintendente da Strans e sobrinho do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD). De acordo com a polícia, ele era o responsável por coordenar as ações e repassar as ordens para a exclusão das infrações no sistema.
“Quando o Daniel saiu, no mesmo dia, ele [Lucas] foi colocado na função. O Daniel foi para outra gerência, tudo com o consentimento do Bruno, que é o sobrinho do Dr. Pessoa e fazia essa gestão. Nós temos provas que o Lucas recebia ordens diretamente do gabinete de secretários e o elo dele era o Bruno e o Daniel”, explicou o delegado.
Operação Reset
As investigações fazem parte da Operação Reset, que apura um esquema da exclusão indevida de multas de trânsito e remoção de pontos das carteiras de habilitação dos condutores favorecidos. Os prejuízos às finanças do Município causados pela fraude totalizam mais de R$ 503 mil.
Ao todo, entre fevereiro e junho do ano passado, foram excluídas ilegalmente 2.215 multas do sistema da Strans. Diante dos fatos, Bruno Pessoa e Daniel Araújo passaram a usar tornozeleira eletrônica.
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