No Dia dos Pais, celebrado neste domingo (10), o jornalista teresinense Luiz Carlos Júnior relembra como a ausência da figura paterna em sua infância o inspirou a construir um modelo de paternidade baseado na presença, no cuidado e no afeto.

“A minha experiência como pai decorre da experiência sem pai. Penso sempre em proporcionar aos meus filhos aquilo que não tive quando fui filho. Aspectos relacionados a presença, cuidado e amor foram questões que tiveram que ser supridas unicamente por minha mãe, e é nela em quem me espelho para balizar meu comportamento diante dos meus filhos”, afirmou.

Pai de duas crianças, sendo o mais novo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) , Luiz divide com a esposa, que é odontóloga, a rotina da casa e dos filhos. O equilíbrio entre trabalho e família exige organização, principalmente diante dos compromissos profissionais dos dois.

“Nos organizamos de modo que haja sempre um de nós cuidando da rotina dos nossos filhos. Assim, quando um tem compromisso, o outro sempre tenta suprir essa ausência. Como minha esposa é profissional de saúde, algumas vezes precisa se estender em atendimentos. Nestes casos, eu consigo sair do trabalho para suprir alguma necessidade eventual das crianças”, contou Luiz, que trabalha na administração das clínicas da família.

Para ele, não se trata de uma “inversão de papéis”, mas de parceria e adaptação às circunstâncias de cada um.

“Temos nossa rotina de trabalho e as responsabilidades igualmente definidas em casa. Devido à rotina de atendimentos da minha esposa, eu acabo tendo que dar mais suporte ao cotidiano das crianças, já que minhas funções no trabalho permitem essa maleabilidade”, detalhou.

A rotina da família é intensa durante a semana: escola, natação, futebol e terapias. Aos fins de semana, eles aproveitam o tempo juntos em momentos de lazer simples, mas significativos.

“No período letivo, a rotina geralmente é bem intensa. Aos fins de semana já conseguimos relaxar, indo ao sítio ou fazendo atividades em Teresina mesmo. Eles gostam muito de ir a parques e às feirinhas. O tempo com eles é riquíssimo. Nos divertimos bastante, apesar de terem uma rotina muito extensa durante a semana”, explicou.

Mesmo sendo um pai presente e participativo, Luiz nunca se sentiu julgado por isso. Para ele, esse tipo de vínculo deveria ser o padrão, e não a exceção. Com base na própria vivência, ele acredita que a ausência paterna tem efeitos que ultrapassam o âmbito familiar.

“Vivemos uma realidade de país em que a figura do pai muitas vezes é ausente da vida dos filhos, e isso, por experiência própria, causa um vazio imenso na formação do indivíduo. Muitas vezes, isso acaba resultando em questões mais complexas, que inclusive afetam a sociedade como um todo”, declarou.