Um homem identificado como Sérgio Belo de Lira Macedo foi indiciado por feminicídio contra sua então companheira, Raiane Nascimento. A vítima deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Promorar, onde permaneceu internada por um mês devido à gravidade das lesões.

Segundo a delegada Nathália Figueiredo, em junho deste ano Sérgio teria procurado a unidade médica alegando que Raiane teria sofrido um acidente doméstico. Ele chegou a fornecer um nome falso para a vítima.

“Ele alegava que dava banho e comida na boca dela, que ela estava há uma semana assim, mas, mesmo que o fato tivesse ocorrido, não é normal manter uma pessoa nessas condições por tanto tempo”, relata Nathália.

Quando chegou à unidade, Raiane não respondia a estímulos. Diante das lesões apresentadas, os profissionais constataram que ela não teria sofrido um acidente doméstico, mas sim teria sido agredida pelo companheiro.

Após ser impedido de ter contato com a vítima e não ter notícias do paradeiro dela, Sérgio procurou o Núcleo de Desaparecidos do Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) para relatar o desaparecimento de Raiane. A polícia acredita que a tentativa visava forjar uma aparência de inocência.

“O que chamou atenção foi ele ter procurado a delegacia de desaparecidos para registrar o desaparecimento dela, já que a UPA não informou mais sobre o paradeiro de Raiane. Ela foi transferida para o HUT e, logo depois, para o Hospital Natan Portela, a fim de protegê-la”, explica a delegada.

No dia 10 de julho, Sérgio foi preso preventivamente. Ele negou ter agredido Raiane, alegando que se tratava de um acidente. No entanto, diante das provas, foi constatado que ela havia sido vítima de agressão grave.

No dia 15 de julho, a polícia concluiu o inquérito. Três dias depois, Raiane faleceu no hospital em que estava internada. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e agora é tratado como feminicídio consumado.