Seis policiais militares foram condenados pela Justiça por envolvimento em um caso de tortura contra um suspeito de roubo em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí. O crime aconteceu em 2017.

Segundo a Corregedoria da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), os militares já foram afastados de suas funções, mas ainda não há um processo disciplinar em andamento porque a sentença condenatória não chegou oficialmente ao órgão.

As condenações

Foram condenados: cabo Mário Sérgio Bezerra de Sousa, cabo Jardelson Rodrigues Maia, soldado Antônio Afonso Batista e Silva, soldado Luiz Daniel da Silva Sousa, cabo Lucas Bruno de Moura Fernandes, capitão Ivanaldo Santos Silva.

Cinco deles receberam pena de 2 anos e 4 meses de reclusão, em regime aberto, além de ficarem proibidos de exercer funções públicas por 4 anos e 8 meses.

Já o capitão Ivanaldo, que era subcomandante da PM em São Raimundo Nonato, foi condenado a 1 ano de detenção, também em regime aberto. A pena dele foi convertida em prestação de serviços comunitários: 7 horas semanais ao longo de um ano.

Decisão da Justiça

De acordo com a sentença, os policiais praticaram violência física e psicológica para obter uma confissão do suspeito, o que caracterizou o crime de tortura. A decisão judicial foi publicada em 21 de julho e ainda cabe recurso.

Um exame de corpo de delito confirmou as lesões: edema traumático no cotovelo esquerdo e escoriações de 11 cm no lábio inferior. Apesar de negarem as agressões, os policiais admitiram ter participado da prisão e da condução do homem.

O que diz a Corregedoria

À TV Clube, o corregedor da PM-PI, coronel Newmarcos Pessoa Basílio, afirmou que os militares permanecerão afastados até a conclusão do processo disciplinar.

“Ainda não chegou oficialmente à Corregedoria a sentença. Após a chegada oficial é que as providências legais serão tomadas. Existe todo um processo disciplinar para a exclusão. Portanto, não temos nada a declarar no momento. No entanto, sentença judicial se cumpre”, disse o coronel.

Defesas

A TV Clube entrou em contato com as defesas do capitão Ivanaldo Santos e do cabo Jardelson Rodrigues, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Em relação aos demais condenados, a reportagem não conseguiu localizar os advogados.

Fonte: g1 Piauí