21 de agosto de 2025

‘Só tem água com barro’: seca severa faz rio sumir no Sul do Piauí

Os moradores usam a água barrenta para os animais e serviços domésticos, mas para o consumo próprio dependem de caminhões-pipas.

Letícia Lima

Estagiária
Publicado há 3 horas

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Em Paulistana, o Rio Pilões sumiu com a seca severa e a pouca água encontrada em um reservatório está coberta por barro. Os moradores usam a água barrenta para os animais e serviços domésticos, mas para o consumo próprio dependem de caminhões-pipas.

Segundo a Prefeitura de Paulistana, os outros reservatórios da cidade estão com menos de 20% da capacidade, após uma escassez de chuvas desde o mês de janeiro. Neste período, o município conta com 25 caminhões-pipa para abastecer os moradores, sendo 18 do exército, seis da Defesa Civil Estadual, e um caminhão da gestão municipal.

Barragem de Paulistana (Fotos:TV Cube)

O agricultor Evaldo Rodrigues precisa cruzar quase 2 km, três vezes todos os dias, se quiser um pouco de água da barragem para utilizar nas tarefas básicas.

“É para o banho, lavar roupa, outras labutas de casa e para os bichos. Tem que fazer tudo dela, é a que tem. Quando seca aqui a gente tem que procurar longe”, declarou Evaldo. 

Nomeriano Rodrigues (Fotos:TV Cube)

Já o agricultor Nomeriano Rodrigues relata o problema enfrentado pela seca e destaca que é a primeira vez que enfrenta essa situação ao longo de duas décadas. Ele destaca que apesar da água ser barrenta, é a única que se tem pra utilizar diante da situação.  

“Essa barragem está secando agora com 20 anos, quando ela acabar também, tem que procurar água longe. É o jeito usar porque não tem outra, não presta para beber, mas seve para fazer outras coisas mesmo grossa a água”, declarou Nomeriano.   

Plantações foram todas perdidas

O secretário municipal de Agricultura de Paulistana, Lucas Brito, explica que medidas estão sendo tomadas pela prefeitura mediante a crise hídrica do município. As plantações foram todas perdidas com a seca.

“Nós estamos empenhados em uma medida emergencial com essas operações de carro-pipa, tentando chegar com essas carradas de água nas famílias mais necessitadas, porém ainda não é suficiente para atender a demanda“, afirmou o secretário. 

Segundo ele, esta é a primeira vez que o munícipio enfrenta uma crise como essa e pede ajuda das demais autoridades para amenizar o problema.

“São barragens construídas há 10, 20 anos e por conta da chuva que não veio no mês de janeiro, as barragens estão secas. Peço ajuda ao Governo do Estado para que possamos construir novas tendo em vista que temos rio e riachos, pois a gente sabe que o carro pipa e uma medida emergencial é não resolve o problema”, disse Lucas. 

A produção local está enfrentando desafios devido à seca, que tem afetado a floração e a alimentação das abelhas, levando os apicultores a alimentarem artificialmente as colmeias para evitar perdas.   

“Ano passado a gente produziu 20 toneladas de mel orgânico. A gente teve apenas chuva no mês de janeiro e as abelhas precisam de uma florada para poderem suportarem o período de estiagem para chegar na próxima safra e produzir novamente. Os apicultores estão tentando alimentar as abelhas como podem”, disse.

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