
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), Sebastião Ribeiro Martins, foi enfático ao dizer que a volta do voto impresso seria um retrocesso para o Brasil e que o mecanismo atrasaria os processos de apuração e votação nos municípios do interior.
O voto impresso foi anexado no relatório final do novo Código Eleitoral e aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, na quarta-feira (20), por 14 votos favoráveis e 12 contrários. A relatoria do texto está sob competência do senador da República, Marcelo Castro (MDB-PI).
Em entrevista à imprensa, na sexta-feira (22), o desembargador Sebastião Ribeiro Martins saiu em defesa das urnas eletrônicas, que são aparelhos eletrônicos desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na década de 1990.
“É um retrocesso. A urna eletrônica já funciona muito bem. Já está testada e aprovada várias vezes. Passa por quatro auditorias. Ao meu ver, o voto impresso é um retrocesso. Mas isso vai depender do Congresso Nacional. Se entrar em vigor, nós temos que cumprir. Mas vamos aguardar”, defendeu.
O texto entrará em votação mediante proposição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Se aprovada, a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que terá um mês para analisar as modificações do texto.
Na avaliação de Sebastião Ribeiro Martins, apesar de ser mais um mecanismo de transparência, o voto eletrônico deve provocar uma morosidade nos serviços dos tribunais.
“É mais uma transparência, concordo, mas vai atrasar o processo de votação. Porque no interior do estado tem muitos eleitores que votam com mais calma e isso vai atrasar o processo de votação. É lógico que quanto mais transparência, melhor. Mas a urna eletrônica já é transparente também”, concluiu.
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