O mês de Setembro marca o início oficial do B-R-O-BRÓ, período conhecido pelas altas temperaturas no Nordeste. O nome faz referência aos meses que terminam com a sílaba “bró”: setembro, outubro, novembro e dezembro.

Segundo Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil do Piauí, setembro já começa com um aumento expressivo nas temperaturas, marcando o início de um período de calor intenso. Embora os picos de temperatura sejam historicamente mais comuns em outubro, os padrões climáticos têm se antecipado.

“Já em setembro a gente tem um pico muito elevado, mas rotineiramente nós trabalhamos com picos em outubro. Como as coisas estão antecipadas, é provável que o pico ocorra na segunda quinzena de setembro. Então podemos com facilidade ultrapassar os 38° ou 40°”, afirma Werton.

Ele alerta que mesmo com o calor intenso, há possibilidade de chuvas isoladas ao longo de todo o período.

“Na verdade, chuvas no B-R-O-BRÓ são mais comuns do que se imagina. Inclusive, grandes e históricos temporais já registrados na capital e no interior aconteceram durante o B-R-O-BRÓ”, diz Werton.

Ele relembra a enchente que atingiu a cidade de Picos, causada por um temporal que resultou na morte de duas pessoas e deixou cerca de 500 famílias desabrigadas.

“Aquele grande temporal em Picos começou durante o B-R-O-BRÓ, e nós tivemos vários episódios em dezembro e novembro com ventos. A chuva de B-R-O-BRÓ é chamada de chuva de pré-temporada”, afirma Werton.

Werton avalia que as temperaturas estão ficando mais altas a cada ano, o que tem chamado a atenção das autoridades ambientais e, principalmente, da área da saúde.

Infelizmente está mais quente, isso é algo já medido, e não só no Brasil. Nós estamos trabalhando aí na casa de 0,50 a 2, o que é um valor extremamente considerável. Por ser uma temperatura elevada, chama a atenção da autoridade da Defesa Civil e da autoridade de saúde”, relata o climatologista.

Riscos à saúde

Apesar de ser uma estação associada à renovação e ao florescimento, a primavera pode representar riscos à saúde, especialmente à pele. O aumento da exposição solar favorece casos de desidratação e insolação, principalmente em dias mais secos e quentes.

“A primavera começa em setembro, é aquele momento em que o sol é literalmente para cada um. Como aumenta o nível de energia radiante e de luminosidade, aumenta a quantidade de calor. Então é aí que mora o perigo, pois essa parte que vai de setembro até o final de outubro é mais perigosa para a pele, caso de desidratação e insolação”, afirma. Werton

Nesta época do ano a incidência dos raios solares fica mais forte e direcionado a nós o que pode acabar prejudicando a saúde. Esse cenário exige atenção, principalmente em relação à saúde da população, já que o calor extremo pode provocar desidratação, insolação e outros problemas relacionados à exposição prolongada ao sol.

“Enquanto no período chuvoso os raios solares são mais inclinados, na primavera eles são angulares, estão em cima da gente. Então podemos esperar alguns picos de calor relativamente grandes”. comenta Werton