2 de novembro de 2025

Ex-prefeito Dr. Pessoa, sobrinho e vice-presidente da FFP são indiciados por associação criminosa

Eles foram alvos da Operação Reset, que investigou o cancelamento ilegal de 2.215 multas de trânsito na Strans.
Gerente de Web
Publicado em 15/09/2025 09:28

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Atualizada às 12h05

O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, o sobrinho Bruno Pessoa, o vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP), Daniel Araújo e mais três pessoas foram indiciados por associação criminosa inserção/exclusão de dados em sistema público. A informação foi confirmada pelo delegado Ferdinando Martins, do Departamento de Combate à Corrupção (Deccor).

Os indiciados foram alvos da Operação Reset, que investigou o cancelamento ilegal de 2.215 multas de trânsito na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) de Teresina, que causou um prejuízo superior a R$ 503 mil aos cofres do município.

Além deles foram indiciados os servidores Lucas Rocha Lima, Lídia Maria Felix Carvalho da Costa e Witalo de Sousa Santos. Eles foram citados na investigação como as pessoas responsáveis por retirar as multas do sistema.

O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário. O Portal ClubeNews aguarda posicionamento de todos os envolvidos.

Em nota, a defesa do Dr. Pessoa informou que ele já compareceu à delegacia e prestou todos os esclarecimentos necessários em seu depoimento.

“Confiamos que, no decorrer da instrução processual, os fatos serão devidamente analisados e a verdade será restabelecida, afastando quaisquer equívocos ou interpretações precipitadas. Dr. Pessoa segue à disposição da Justiça e reafirma sua confiança no devido processo legal e nas instituições responsáveis pela apuração”, acrescenta a nota.

Como funcionava o esquema?

Conforme a Polícia Civil, as multas foram excluídas, entre fevereiro e junho de 2024, do sistema da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans). A fraude também resultou na remoção de 12.393 pontos das carteiras de habilitação dos condutores favorecidos.

Segundo as investigações, o esquema era liderado por Bruno Pessoa, então superintendente da Strans e sobrinho do ex-prefeito Dr. Pessoa. De acordo com a polícia, ele era o responsável por coordenar as ações e repassar as ordens para a exclusão das infrações no sistema.

Segundo o delegado Ferdinando Martins, Lucas utilizava seu próprio login para apagar multas no sistema do órgão. Lucas atuava na Gerência de Gestão de Trânsito (GGT), setor responsável pelo controle de multas da Strans.

“Quando o Daniel saiu, no mesmo dia, ele [Lucas] foi colocado na função. O Daniel foi para outra gerência, tudo com o consentimento do Bruno, que é o sobrinho do Dr. Pessoa e fazia essa gestão. Nós temos provas que o Lucas recebia ordens diretamente do gabinete de secretários e o elo dele era o Bruno e o Daniel”, explicou o delegado.

Durante a Operação Reset, a Justiça determinou que os investigados usassem tornozeleira eletrônica. No entanto, apenas Bruno Pessoa passou a ser monitorado, já que Daniel Araújo conseguiu um habeas corpus e Lucas Rocha Lima foi solto após contribuir com a investigação.

Os investigados poderão responder por exclusão indevida de dados em sistema público, cuja pena pode chegar a 12 anos de reclusão, além de associação criminosa e outros crimes correlatos.

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