Ao temerem a propagação rápida de incêndios vegetais na zona rural de Nazária (PI), muitos moradores usaram as próprias mãos para criar aceiros, que consistem em cavar ou limpar uma faixa de terreno e fazer uma barreira física que impede o alastramento do fogo.
“O fogo está aqui há três meses, mas só agora chegou aqui. Tem que evitar que o fogo chegue nas casas. Estou aqui desde as 11h da manhã e agora já é meia-noite. Estou cansado, mas não vou desistir. Só vou parar se a situação ficar realmente crítica”, relatou Antônio de Sousa.
No último final de semana, o Corpo de Bombeiros Militar do Piauí registrou 16 acionamentos para combate a incêndios na cidade de Nazária, que fica a 30 km de Teresina (PI).
Onze acionamentos dos bombeiros aconteceram, no sábado (6), nas localidades Barreiro e Santa Rosa. Já no domingo (5), segundo o Corpo de Bombeiros, foram registrados cinco acionamentos para combate a incêndios no município, nas regiões do Povoado Santa Rosa e da PI-130.
Um dos moradores relatou à TV Clube que a situação assustou muitas famílias. Ele comenta que muitos moradores ficaram 24 horas em região de mata para debelar o incêndio, que se arrasta há mais de um mês. Segundo o morador, o incêndio que atinge Nazária teria iniciado no município de Monsenhor Gil e se alastrado pela mata.
O Corpo de Bombeiros afirmou que nenhuma pessoa ficou ferida em decorrência das chamas. O fogo, segundo a corporação, não atingiu nenhuma residência. “Os danos registrados foram ambientais, com a queima da vegetação local”, pontuou.
Em alguns casos, quando a equipe chegou ao foco do incêndio, as chamas já tinham sido debeladas por populares, que se uniram, inclusive entrando na mata sem equipamentos apropriados, para apagar o foco e evitar a propagação até as casas. Muitas residências têm viveiros de animais, pois os moradores são produtores rurais.
Além dos locais citados pelo Corpo de Bombeiros, o morador pontuou que os povoados Pilões e Terra Nova também registraram incêndios ambientais.
Os moradores denunciam, em alguns casos, a demora no atendimento do Corpo de Bombeiros. “Cada hora o fogo vai aumentando; qualquer hora pode chegar na minha casa e na casa dos vizinhos”, disse uma moradora. O outro morador reforça: “a situação é triste. A gente peleja para apagar esse fogo, e ele não apaga”.
Deusdete Pereira das Neves relata a dificuldade enfrentada pelos moradores do interior diante do avanço do incêndio que já dura mais de um mês. Segundo ele, a situação é preocupante e a comunidade tem se esforçado para conter as chamas, mesmo com pouca ajuda disponível
“Rapaz, a situação aqui é triste. A gente que mora no interior luta para apagar esse fogo, mas não consegue porque tem pouca gente ajudando. Eu estou aqui só observando, porque não consigo andar nessa serra e estou com problemas nas pernas. Esse fogo vem de longe, dizem que começou lá na região da Canafístula. Já faz mais de mês que esse fogo queima.”
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