Dois servidores de carreira da Prefeitura de Teresina prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do déficit financeiro, na manhã desta quarta-feira (8), para esclarecer a denúncia de desapropriação de terras em Teresina por valores milionários.

Conforme os desdobramentos da investigação da CPI, a gestão municipal teria adquirido terrenos, no valor total de R$ 80 milhões. No entendimento do servidor Benedito Machado – arquiteto e gerente de Patrimônio Imobiliário da Prefeitura de Teresina – o valor deve ser o acumulado de gestões passadas.

“Não se discute o valor, até porque esse valor deve ser um total do conjunto de desapropriações que aconteceram em Teresina. Não só na gestão do Dr. Pessoa, mas também em outras gestões. Por exemplo, na Avenida Raul Lopes, muitos terrenos foram desapropriados. O proprietário achou que o valor era irrisório. Ele levou para a justiça e o processo travou”, disse.

Um dos pontos de discussão na CPI diz respeito ao processo de desapropriação do terreno destinado à construção do Hospital da Mulher, na região do viaduto da Avenida Miguel Rosa, na zona Sul de Teresina. A valor pago pela prefeitura foi superior a R$ 16 milhões. A finalidade da obra foi alterada e no local será construída uma policlínica.

O engenheiro civil do Município, José Alberto, explicou a metodologia aplicada pelos técnicos do Município no processo de desapropriação. De acordo com ele, são considerados elementos específicos, como o preço dos imóveis da região.

“No momento em que a prefeitura demanda o servidor, a partir da necessidade de desapropriação, para que faça a avaliação, esse servidor vai entender aquele contexto de mercado. Ele precisa avaliar o melhor aproveitamento que aquele imóvel pode ter naquele mercado”, esclareceu.